terça-feira, 19 de julho de 2011

AJUDE OS OUTROS A VENCER


Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.

Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar.

Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles.

Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: "Pronto, agora vai sarar".

E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.

O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos.
E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje.

Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas, com certeza, não eram deficientes da sensibilidade... Por que?
Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho.

O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, vencer junto, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso." 


Autor desconhecido

por CaetanoSr em 11/07/2010 20:56  
http://elevando.dihitt.com.br/noticia/ajude-os-outros-a-vencer

sábado, 16 de julho de 2011

Quem será quando crescer?



Quando criança, quem imaginava ser quando adulto?
Que imagem de si projetava para o futuro?
É irônico como a maioria das pessoas, não é aquilo que gostariam de ser. Médicos que gostariam de ser pilotos, engenheiro que sonhavam em ser comediante e o campeão de todos, marceneiros, policiais, bombeiros, enfermeiros, dentista...que queriam ser jogadores de futebol.
Se não fosse quem é, quem gostaria de ser?
Temos a tendência ao longo da vida de criarmos determinados padrões que nos servem como guia. Uma das características desses padrões é se perpetuar em nosso interior, servindo como uma referencia para tomada de decisões sejam pessoais (sentimentais) ou profissionais. E acostumamos repetir padrões, nos convencendo que o nosso caminho nos levou até ali e que não existem outras estradas.
Será que somos realmente essa imagem que criamos? É o verdadeiro eu?
Não será uma armadilha a simples busca da aprovação das pessoas, o reconhecimento da sociedade, a admiração dos colegas? Consigo perceber que enquanto os outros me categorizam, corro o risco de me tornar refém na tentativa da manutenção daquela imagem, por mais distorcida que seja?
Deixamos que qualquer idéia nos leve para qualquer caminho, sem a percepção do que nos transformaremos até chegar ao destino?
Posso ser quem quiser?Estou feliz com quem sou?



Se a única coisa constante no universo é a mudança, porque somos tão avessos a ela, se é inevitável? Tudo a nossa volta está mudando constantemente e cada vez mais rapidamente. Se sinto que não consigo acompanhar essas mudanças externas, o que fazer? E se alguns desses padrões que criei estão me bloqueando? A resposta seria a mudança, mas como mudar?
Paradigmas é o modo como vemos o mundo, quando você quebra paradigmas triplica as possibilidades em sua vida. Se tiver coragem de romper laços, quebrar padrões e não precisar da aprovação dos outros, você pode se transformar no que quiser.
Comece a pensar diferente, ver as pessoas com outros olhos, rompa padrões, veja o que não costuma ver, vá onde nunca foi, leia mais, sorria mais, converse mais, repare mais nas pessoas e na vida, não tenha medo de se arriscar, surpreenda-se, mude o assunto, não tenha medo de ser incompreendido, encare sua humanidade sabendo que sempre será cheio de ambiguidades. Convença-se que temos defeitos e como humanos sempre teremos. Não tenha medo se ser humano, não se compare com ninguém, se apaixone, perdoe, ame, pergunte, questione, pense, erre, acredite, seja simples, agradeça sempre, a vida acontece a medida que se expõe a ela.
A decisão de sua vida está em suas mãos, é apenas questão de escolha, mas para isso é preciso coragem e pagar o preço.
Quem você vai querer ser quando crescer?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Análise das compras coletivas "groupons"




Como funciona as compras coletivas pela internet?
Veja nessa matéria do jornalista Luis Nassif:

A Segunda bolha da internet



A internet já é uma realidade mais concreta do que na fase da primeira bolha, no início dos anos 2000. Já existe o uso extensivo de suas ferramentas e há negócios consolidados em vários setores. Mas há também uma bolha em curso. Nos Estados Unidos há projetos pagando 270 vezes a receita líquida. Um dos pioneiros brasileiros da internet, hoje radicado nos Estados Unidos, Marcelo Ballona relata casos de uma empresa praticamente sem sede que conseguiu captar US$ 100 milhões em cima de uma avaliação do projeto total de US$ 1 bilhão.

O momento é muito parecido com o estouro da bolha de 2.000, com a diferença de que, na época, a economia mundial era muito mais sólida.

Um dos pontos centrais da bolha são os chamados sites de compras coletivas. Hoje em dia, nos Estados Unidos há mais de 1.500 sites do gênero, criando um problema complicado para as lojas parceiras. De um lado, porque a maioria dos groupons (nome dessa modalidade de sites) vendida audiências fictícias. Depois, porque as promoções pouco agregavam às empresas. Por exemplo, uma pizzaria vendia pizzas a R$ 15,00. Entrava em uma promoção e o site de compras oferecia a R$ 3,00. A pizzaria lotava, mas de um público que, passada a promoção, dificilmente voltaria lá. Não era seu público alvo.

As pizzas e o cãozinho

Hoje em dia, a bolha está provocando toda sorte de incursões, do marido de Demy Moore a Lady Gaga. Tomam-se alguns critérios, como visibilidade pública, número de seguidores no Twitter e, a partir daí, define-se a precificação do projeto. Entram nessa mixórdia muitas ideias que não prosperaram na primeira bolha, como sistemas de reservas em hotéis, sites de viagem etc. Em muitos casos, monta-se o site, a realidade virtual, mas não se acertam sequer os contratos com os hotéis cadastrados.

No início da bolha da internet, foi famoso o caso do cãozinho do iG e o sistema de franquias em pizza. Para incrementar o valor do iG, o publicitário Nizan Guanaes anunciou, além da venda de flores, a venda de pizzas pela internet, com a marca iG e o símbolo do cãozinho. Só que era o tipo do negócio que não poderia ficar apenas no virtual. Tinha que cadastrar pizzarias, definir cardápio, ambiente etc. Obviamente, o projeto sequer saiu do lugar.

O fenômeno da bolha está restrito

Outro complicador são as mudanças que estão ocorrendo no mercado de celulares, smartphones e tablets. Ontem (14/6), a Apple lançou o iPhone 100% desbloqueado. Isto é, poderá ser vendido a qualquer pessoa que poderá optar por qualquer operadora.

Além disso, os novos sistemas operacionais de smartphones estão alijando rapidamente grandes fabricantes do mercado, redesenhando o ranking global. É uma revolução similar à que ocorreu no lançamento do Windows, que permitiu à Microsoft alijar a maior parte dos concorrentes, fabricantes de aplicativos. Agora, a própria Microsoft está ameaçada, no terreno dos sistemas operacionais de celulares.

Hoje em dia, o fenômeno da bolha está restrito à economia norte-americana. Por aqui, há inúmeros projetos tecnológicos sendo analisados, mas com uma boa dose de realismo.







O modelo do “groupon” é o seguinte:

1. O site vai até o comerciante e compra, digamos, R$ 21.000,00 em promoção. Paga em três prestações: em 5 dias, em 30 e em 60 dias.

2. Em seguida faz a promoção no seu site, incluindo no preço de promoção sua comissão. Recebe à vista dos clientes e roda com parte do dinheiro em até 60 dias.

3. Quita a última prestação com o comerciante e fecha o ciclo. Isso, em tese.

No fundo, trata-se de uma versão moderna da operação chamada de compra de recebíveis”. Paga-se na frente o que a empresa irá produzir nos próximos meses.

Ciclo de venda

Pegou como febre nos Estados Unidos, gerando um negócio altamente inflamável.

O primeiro ponto são os custos de comercialização do “groupon”, campanhas caras para atrair o maior número possível de interessados.

Depois, a corrida para evitar “encalhes” de promoção. Se encalhar, consome parte de seu capital de giro.

A receita do “groupon” é função do valor do vale, da parcela de receita que fica com o site e da quantidade de promoções vendidas. Essa quantidade é função, entre outros fatores, do tamanho do desconto. Quanto maior o desconto, maior será o volume negociado.

Por isso mesmo, os vendedores do site são instados a procurar promoções cada vez mais agressivas.

Ocorre então o fenômeno da seleção adversa. Em princípio, a operação só irá interessar a comerciantes em dificuldades. Há baixa probabilidade de fidelização do cliente atraído por esse tipo de promoção.

Com as condições cada vez mais restritivas do site, acabam entrando apenas as empresas com maiores dificuldades com o sistema bancário.

Está certo que o risco do site é minimizado pelo fato do ciclo de venda ser de apenas 60 dias. Mesmo assim, corre-se o risco de comprar o produto e o comerciante quebrar antes da entrega.

Fluxo de caixa

Os riscos da bolha norte-americana são enormes. Grandes players – como Google e Facebook – estão entrando nesse mercado. Há uma corrida dos “groupons” atuais para formar um estoque de clientes cadastrados e poder vender para os gigantes que chegam.

De certo modo é o que está ocorrendo com o “groupon” Peixe Urbano. O investimento publicitário feito é tipicamente para consolidar uma multidão de usuários e aumentar o valor na hora de vender para um player estrangeiro.

Foi esse movimento que levou Luciano Huk a aproveitar os desastres da região Serrana do Rio para captar clientes – induzindo o público a dar contribuições através de inscrições no site.

Nessa corrida, pelo menos nos EUA está de abrindo mão da cautela financeira. Eventuais estoques encalhados de promoção acabam sendo cobertos em um efeito corrente da felicidade – os clientes de hoje ajudando a bancar os compromissos de ontem.

Por ser uma atividade não-bancária, estão fora do sistema de supervisão das autoridades.

Há o risco, então, do desequilíbrio do fluxo de caixa do “groupon”, do acúmulo de estoques não vendidos, da não entrega de produtos combinados (da parte dos comerciantes em maior dificuldade).

[Luis Nassif é jornalista]

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O pinheiro não!




O pinheiro não!

Por Leno Costa

Há momentos que nos marcam e nos fazem refletir para a vida toda. Era manhã ensolarada, naquela cobertura somente eu e meu pai, e uma ordem de serviço que dizia: impermeabilizem a jardineira. Mas para tal, era necessário remover a terra e algumas folhagens que esquecidas e ressecadas, não mais ornamentavam.
Foi quando meu companheiro de labuta delegou-me a tarefa de remover a vegetação enquanto ele preparava o composto impermeabilizante. Com vigor adolescente e o desejo de contribuir com o meu melhor, apanhei um facão que estava na bolsa e não sei por que razão meus olhos foram seduzidos por um pinheiro maior que eu que estava no centro da jardineira. Como um herói que golpeia o desafeto com o sentimento de estar prestando um favor à sociedade, golpeei o arbusto por varias vezes reduzindo-o a apenas um pendão esfolado e derrotado.
Foi então quando ouvi um grito que ecoou; “o pinheiro não”! Era meu pai atônito e ofegante que com as mãos na cabeça lastimava a ofensa feita ao arbusto que não era vilão e sim o preferido do dono da casa e o xodozinho da jardineira. Pois era nele que todos os finais de ano se penduravam bolinhas de natal e depositavam a seus pés presentes. Ele, o xodozinho da família pousara antes para diversas fotos da família e ornamentava seus encontros familiares.
Mais tarde meu pai conseguiu contornar a situação, pois, gozava de estima por parte do empregador por ser ótimo profissional e levaram em conta a minha pouca idade e desconhecimento.
Esta história é tão real quanto o fato de termos que conviver em uma sociedade pós-moderna que, olha para os valores como desafeto e inimigo a ser vencido em nome do próprio bem estar. Homens adolescentes que sem maturidade e descompromissados com o social, aplicam golpes nos valores estabelecidos reduzindo-os a nada.
São pobres por não discernirem o bem e o mal. Atribuem bem ao que é mal e chamam de abominável aquilo que é belo e sustentáculo. A verdade se tornou relativa. Como loucos, vagueiam, mesmo tendo a tecnologia a seu favor.
É preciso pensar nos marcos antigo não com desdém, mas como referencial e estrutura importante para nos projetar como pessoas que pensam, escolhem e sentem. Não podemos arrancar os pinheiros como se fossem ervas daninhas. É preciso pensar.

Leno costa é teleólogo e co-autor do blog.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Democracia na Rede

Rede social vai eleger 'governo global'

Plataforma pretende colocar à disposição dos usuários da rede um fórum para questões de interesse mundial, além de eleger representantes (Renata Honorato)

Interface de perfil do Mynetgov Interface de perfil do Mynetgov (Reprodução)
 
Em um ato simbólico diante da sede da ONU, em Nova York, será lançada nesta segunda-feira uma rede social diferente, a Mynetgov. A plataforma nascida em Portugal pretende colocar à disposição dos usuários da internet um fórum para questões de interesse mundial, além de eleger representantes para um também simbólico governo planetário. O ambicioso objetivo da comunidade é influenciar decisões tomadas por governos nacionais em diferentes partes do globo.
Um debate sobre o futuro e a preservação da Amazônia, por exemplo, poderia ocorrer na rede, incentivando a elaboração de um "projeto de lei" do governo virtual. Se aprovado, passaria a ser uma causa defendida pelo Mynetgov. O processo, é claro, não tem valor legal.
Qualquer usuário a partir de 13 anos poderá se cadastrar. Todos os participantes poderão, por sua vez, se candidatar a cargos do "governo": serão 6.000 congressistas (equivalente aos deputados federais e senadores brasileiros), doze ministros e um presidente. Haverá também "cargos" de juiz. Ao menos oito ministérios serão obrigatórios: internet, globalização, paz, educação, ambiente, esporte, cultura e humor.
A votação para a eleição dos representantes acontecerá na própria plataforma, entre os dias 15 e 31 de dezembro. A posse será no dia 1º de janeiro. Cada membro da rede votará em um candidato à presidência e em cinco representantes (congressistas) para mandatos de um ano.
"Esta será a primeira plataforma totalmente democrática", diz Diamantino Nunes, um dos fundadores da plataforma, mais conhecido como presidente do Comitê World Bike Tour, evento ciclístico que ocorre nas cidades de Lisboa, Porto, Madri, Paris e São Paulo. "Apresentaremos o projeto à ONU e enviaremos a todos os governos, inclusive o chinês, um comunicado solicitando a participação da população", completa, fazendo especial referência ao governo de Pequim, que mantém um rígido controle sobre a informação e a expressão no país.
Assista ao vídeo da campanha de lançamento da rede social: 

O fórum terá suporte para oito línguas: inglês, espanhol, francês, português, italiano, alemão, árabe e chinês. Quarenta pessoas participaram da concepção da ferramenta. Entre os colaboradores está um brasileiro, o deputado federal Walter Feldman (sem partido-SP), licenciado do cargo - ele está em Londres para acompanhar a preparação para a Olimpíada de 2012 a serviço da prefeitura de São Paulo, embora os jogos de 2016, no Brasil, acontecerão, como todos sabem, no Rio.
Para Feldman, o Mynetgov poderá estimular até os partidos a adotar definitivamente a internet como ferramenta para escutar a população. "O projeto será importante para a política moderna", diz. "A ideia de colocar em prática a democracia direta, onde as decisões são tomadas com base na opinião coletiva, é muito animadora."

Matéria da Revista Veja posta no dia 11/07/2011 - 12:15
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/mynetgov-vai-eleger-primeiro-governo-global-da-internet 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

INCERTEZAS


Agora são trinta minutos de um novo dia! Não sei o que vai ser ou como vai terminar, mas é um novo dia! O momento é de reflexão, inquietação e desassossego. A certeza que eu tinha, não tem mais. As dúvidas que nasceram me levam há um mundo de insensatez e de incertezas. O que faço ou o que devo fazer?
As encruzilhadas da vida ou das armações da morte me atormentam. Vida que não parece vida, que não proporciona a felicidade ou mesmo a certeza de uma vida medíocre. Acha-se sempre que um dia vai chegar, prevalecer e concluir. Apenas acha-se. Eu pensava que sabia e compreendia a vida do jeito que ela é. Não sei. Não tenho certeza que as sementes que plantei vão germinar, crescer e florescer. Sequer sei se as sementes que plantei são frutíferas ou ervas daninha, e de fato o que elas vão gerar. Portanto, se não sei o resultado final de minhas ações, qual vai ser o fim de minhas reflexões?
O mundo nos proporciona poucas certezas e diversas frustrações. A pouca certeza que tenho é a de viver o agora e o momento, a de respirar e apenas sonhar. A outra é a de quase chegar. Chegar próximo dos sonhos e num breve instante imaginar. A outra certeza que tenho é a da morte, sei que um dia ela vai chegar. Às vezes, ela chega primeiro para a alma ou mesmo o desejar viver, mas o fim é a certeza de que um novo dia nunca mais vai chegar.
O poeta Salomão diz que o homem não sabe à hora, pois “Tudo lhe está oculto no futuro” (Eclesiastes 9). Mas que futuro, se sequer saberemos se vamos estar lá? Das incertezas que tenho que são várias, até posso a Deus questionar. Mas, se não tenho certeza que vivo como Deus pode se aproximar? Se não temos certeza daquilo que vimos e ouvimos, como podemos ter certeza daquilo que às vezes sequer sentimos?
Enfim, não sei o que dizer, o que pensar e o que fazer. Minhas inquietações continuam, o desassossego perdura e me incomoda. As incertezas me levam à diante, na esperança de um dia obter as respostas necessárias às minhas indagações. Neste momento, a única certeza que tenho é do último instante, porque do passado qualquer um pode se apropriar.
Autor: Raul Nogueira Nogstory
Nogstory@gmail.com / Twitter: @nogstory

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sustentabilidade Social




Nunca se ouviu tanto na palavra sustentabilidade como na atualidade. Mas, afinal o que significa essa palavra? Segundo a Wikipédia: “sustentabilidade é um conceito sistêmico; relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”. Um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com o Como isso funciona na prática? Como aplicar no dia-a-dia?
Na prática esse conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir.
Dentro da sustentabilidade existe várias sub-divisões, entre elas destacamos a sustentabilidade social, que está baseada na melhoria da qualidade de vida da população, eqüidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular.
O modo de vida pós-capitalista levou não apenas o homem, mas também o próprio espaço urbano a degradações. A desigualdade social, o uso excessivo dos recursos naturais por uma parte da população enquanto a outra cresce desmedidamente são fatores que são extremamente combatidos no âmbito da sustentabilidade social. Pode-se afirmar que a sociedade obedece a relações intrínsecas com os outros setores de base da sociedade (acesso a educação, desenvolvimento das técnicas industriais, econômicas e financeiras, além dos fatores de ordem político e ambiental) então um primeiro passo que deve ser tomado para a resolução dos agravantes sociais é justamente a responsabilidade social e a agregação a sustentabilidade desses setores.
A sustentabilidade social visa o bem-estar da sociedade de hoje e a de amanhã em iguais medidas. Para que ela de fato se concretize é necessária grande campanha de divulgação, instalada tanto pelas macroestruturas (setores políticos e básicos) quanto por empresas que visem os projetos e a aplicação da mesma. A mobilização social para esse fim também é um fator determinante para a melhora da qualidade de vida.



O que fazer para que contribua na construção de um mundo melhor para meus filhos e meus netos (geração futura)? Como me enquadro nessa mobilização social para conscientização de mais cidadãos, empresas e governo? Como penso sobre qualidade de vida? Será que o que importa é apenas minha necessidades momentâneas de utilizar os recursos naturais ou não? O que posso fazer para melhorar o modelo econômico, político, social, cultural, ambiental de minha comunidade? Ou apenas ver a vida passar?
Pense nisso.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Realidade das instituições bancárias no Brasil

SAIBA A DIFERENÇA ENTRE POUPAR 100 REAIS E DEVER 100 REAIS PELO MESMO TEMPO NO BRASIL.



Se um correntista tivesse depositado R$ 100,00 (Cem Reais) na poupança em qualquer banco, no dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do Real), teria hoje na conta a FANTÁSTICA QUANTIA de R$ 374,00 (Trezentos e Setenta e Quatro Reais).

Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100,00 (Cem Reais) no Cheque Especial, na mesma data, teria hoje uma pequena dívida de R$139.259,00 (Cento e Trinta e Nove Mil e Duzentos Cinqüenta e Nove Reais), no mesmo banco.

Ou seja: com R$ 100,00 do Cheque Especial, ele ficaria devendo 9 Carros Populares, e com o da poupança, conseguiria comprar apenas 1 pneu.
Não é à toa que o Bradesco teve quase R$ 2.000.000.000 (Dois Bilhões de Reais) de lucro liquido somente no 1º semestre, seguido de perto do Itaú e etc...



Dá para comprar um outro banco por semestre!

E os juros exorbitantes dos cartões de crédito?



VISA cobra 10,40 % ao mês
CREDICARD cobra 11,40 % ao Mês.
Em contrapartida a POUPANÇA oferece 0,62 % ao mês.
Vc acha que devemos fazer Campanha pela Reforma Tributária e Financeira no Brasil?
O que pensa disso?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Kit Gay, apenas uma cartilha?

A polêmica mais importante dos últimos tempos está em pauta, a inserção da idelogia Gay nas escolas.

Nesse vídeo abaixo, há várias questões a responder para nós mesmos:
- O kit gay tem fundamento?
- A mídia está realmente preocupada com a sociedade, ou está inserindo novos valores nas próximas gerações (que breve serão adultos)?
- Porque o foco está nas crianças? Porque ainda não tem caratér próprio, a consciência definida e suas crenças ainda estão sendo formadas?
- Porque existe cartilha gay e não tem cartilha do negro?
- Porque a mídia (Rede Globo) preocupa-se com a causa gay e não se preocupa com a causa do negro que é o mais discriminado neste país?
- Porque há incentivos para a parada gay (repercussão midiática)e nem existe parada dos direitos do negro por exemplo?
- Porque nossa educação, nossas escolas estão virando um centro de domínio ideológico, e nos lugar de aprender matemática, português, história, enviamos nossas crianças para aprender conceitos ideológicos que são contra a fé judaico-cristã, a filosofia grega e o direito comum?
- Porque os políticos da Camara Federal e Senado (Legislativo) nada fazem a respeito? Os filhos deles estudarão em escola pública? Porque estão preocupados com interesses de uma classe, quando fingem não ver e atuar contra as mazelas da sociedade, quando há tantos passando fome, sem educação, sem saúde, sem perspectiva de vida, realmente excluídos?
- São apenas perguntas que cada um deve responder. O que vc acha? O que pensa sobre tudo isso? Veja o vídeo abaixo e responda pra si mesmo.

CLIQUE NO LINK ABAIXO:
http://www.youtube.com/watch?v=Wq300dD-6PM


domingo, 3 de julho de 2011

A Morte

O que é a morte? Uma vida sem alma ou uma alma sem vida?
O que é a vida? O interregno da morte ou a supressão do amor?
Houve tempo que se morria por amor
Que cuidava do cadáver na morte para aliviar sua dor
Que rezava pela alma para que ascendece sem pudor
Há pessoas que nascem inúteis e insonssas
e que chegam ao fim da vida sem sentir dor.
O medo da morte está na vida
desgarrada, intensa e sem valor.
Para uns a morte chega com a vida,
Para outros a vida termina com a morte.
Diz o poeta que a morte e vida é Severina
Dura, angustiante, aflita e quase sem alma.
Qual é a sua sina? A morte ou vida severina?
Oh! Morte porque nos impõe o seu horror?


Autor: Raul Nogueira Nogstory
E-mail: nogstory@gmail.com / http://nogstory.blogspot.com/
http://www.recantodasletras.com.br/autores/RaulNogueira

sábado, 2 de julho de 2011

Imposição Jurídica com olhar Sociológico



Devido as constantes transformações pelas quais passa o mundo, o cenário brasileiro não pode ficar na contramão desse turbilhão chamado mudanças. Sociologicamente, temos que considerar o homem sob vários aspectos. É um ser sociável, que não vive isolado - ainda que esporadicamente alguns tentem promover tal situação – e que sofre uma série de influências, em todos os campos, interagindo, agindo e reagindo, conforme responde aos seus instintos.
A questão da violência vem sendo, em âmbito mundial, banalizada nas mais diversas e impensadas formas. Seja na venda de bebidas a menores; seja na venda de bebida em dia de eleições somente com propósito de burlar a lei (um tanto burra, na essência); seja no excepcional alcance que (nós) aceitamos que a droga atinja aos nossos familiares; seja na condução de um veículo por alguém sem condições de estar na direção ou devido a falta de condições do veículo que é conduzido; seja na falta de urbanização das diversas comunidades; seja na falta de escolas e/ou de atendimento médico eficaz e eficiente para todos; seja na falta de respeito ao diferente; seja no tratamento como inferior relegado ao sexo feminino, ao velho (a); às crianças, etcs. Mas, existem outras que escacaram-se à toda a sociedade, possibilitando que os movimentos reivindicatórios se avolumem em busca de uma solução, ainda que capenga, deficiente e, na maioria das vezes, ineficaz e eleitoreira. Enfim, vivemos cercados de uma violência que não grita, que não explode em sangue, mas que segue presente no dia-a-dia das pessoas. Aliás, a maldade que existe dentro do ser humano demonstra-se ilimitada e em grande evolução, sempre.
Como sabemos, algumas coisas mudam para melhor e outras nem tanto. A educação dos filhos mudou com o passar do tempo, e mudou para melhor, pois apresenta-se com variado e vasto campo para que cada pai possa utilizar na apresentação de modelo disciplinar, uma vez que a comunicação é interativa e atualizadíssima. Nesse viés, vale lembrar que a educação de nossas crianças não cabe somente aos pais, e sim a toda a sociedade, bem como ao Governo instalado, dando condições para que tal educação possa ser levada a efeito.
É claro que a busca pela disciplina dos filhos, em princípio, cabe tão somente aos pais, pois que estão presentes á vida dos filhos, desde o nascimento e, tendem a ser os únicos capazes de dar limites a essa disciplina, uma vez que (cremos), não haver, quem ame mais a seus filhos do que os próprios pais. Isso se considerarmos que todos os pais querem o bem de seus filhos e se preocupam com sua educação.
Contudo, devemos estar atentos aos exemplos que explodem à nossa volta dentro de um contexto social cada vez mais violento, pois na condição de pais também há aqueles que só colocam os filhos no mundo e os deixam à própria sorte. Há também os que maltratam e espancam, por inúmeros motivos, que vão deste uma frustação pessoal a um modelo (falso) de educação, onde a simples palmada ou a pervertida “surra”, não tem conotação diferente. Os dois aspectos de agressão são, tão somente variáveis, na intensidade que cada um dos algozes determina como reprimenda necessária à “arte” desenvolvida pela vítima do subjetivo julgamento. A estes, o Estado deveria dar mais atenção e intervir, na espreita de defender o maior patrimônio sob sua capa, a vida.
Nessa vertente de preocupação, verificou-se o projeto de Lei 2654/03, da Deputada Federal pelo Estado do Rio Grande do Sul (PT) Maria do Rosário, fatalmente apelidado de “Lei da palmada”, que ganhou discussão no cenário nacional brasileiro, sob a perspectiva de que instaurava-se o absurdo. Como pensar que um pai/mãe agrediria o próprio filho, sob o pretexto de educá-lo, disseram muitos. Aliás, existe uma passagem bíblica que Jesus faz tal questionamento: Pedindo, o filho pão, dará seu pai uma pedra?” é o sentido da parábola à qual nos reportamos e entendemos que muitos consideraram, ao lerem sobre o (pré-julgado) projeto de Lei.
Para esses, a digníssima deputada federal Maria do Rosário do PT do Rio Grande do Sul, autora do Projeto de Lei nº 2654/03, andou na contramão da história com a idéia de transformar em crime, a palmada educacional dada pelo pai ou pela mãe. Isso porque o Estado intervencionista deve ter limites, e um desses limites é exatamente não interferir de maneira direta em uma coisa tão sagrada para os pais que é a educação dos seus filhos. Entenderam que se com a educação convencional já é difícil educá-los, que dirá com a ridícula criação dessa Lei que impede que o filho seja disciplinado.
Lendo o texto “A Lei da Palmada diante da Bíblia”, da Sra. Emanuelle Monteiro (Advogada e Cristã) no Site Mulher Adventista, verificamos a citação de vários trechos bíblicos, nos quais se justifica sobre a aplicação do castigo, discursando sobre a sabedoria (inspirada por Deus) de Salomão, na qual diz: “Ocorre que, a despeito de toda a discussão jurídica e sociológica que permeia a Lei, a Bíblia diz assim”:
“Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.” (Provérbios 23:13 e 14); “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.” (Provérbios 13:24); “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.” (Provérbios 22:15).
A Sra. Emanuelle argumenta que ‘A disciplina é necessária e a “vara”, palavra utilizada por Salomão, representa diferentes classes de disciplina. A “palmada”, uma dessas classes, pode ser necessária quando falharem outros recursos’. No mesmo texto há também uma sobre a necessidade da moderação na aplicação dessa (s) palmada (s): “Ellen White ensina como proceder quanto a moderação no que diz respeito à disciplina”:
“Nunca levanteis a mão para lhes dar um tapa, a não ser que possais, com clara consciência, curvar-vos diante de Deus e pedir sua benção sobre a correção que estais prestes a dar. Incentivai o amor no coração de vossos filhos. Apresentai-lhes motivos elevados e corretos para o domínio próprio. Não lhes deis a impressão de que se devem submeter ao governo porque essa é a vossa vontade arbitrária, porque são fracos e vós sois fortes, porque vós por que vós sois o pai e eles os filhos. Se desejardes arruinar a vossa família, continuai a governar pela força bruta, e certamente tereis êxito.” Testimonies, Vol. 2, Pág. 259 e 260.



Entendemos no texto retro citado que não havia críticas à Lei ou ao projeto, mas uma preocupação com outras possíveis intervenções estatais em um contexto muito pessoal e, até íntimo da estrutura familiar.
Contudo, em algumas exceções encontramos movimentos que tendem a acertar no alvo, o posicionamento da Deputada, cremos ser um desses. O projeto de Lei 2654/2003 traça uma postura diferente no contexto social brasileiro e, pode causar uma revolução em termos educacionais. Na busca por esse entendimento, basta considerarmos o texto de Graciliano Ramos: Um cinturão, parte integrante da obra “Infância”.
A contar pela idade do autor e, considerando que é um retrato de sua infância – ainda que o personagem possa ter sido outra criança – mostra-nos uma imagem bem antiga, com uma conduta bem atual, aceita, consentida, e interpretada como correta, a saber: o coro, a surra com justificativa correcional de crianças e jovens. Na verdade, uma violência, um abuso contra pequenos indivíduos (ou vítimas), que como disse o personagem literário, só tem o berro como arma e o canto (da casa ou do único cômodo dessa) como refúgio.
Nessa perspectiva, o projeto de lei, ao contrário do que tem se pensado, dito e/ou divulgado, tenta trazer um diferencial ao cenário brasileiro em duas vertentes. A primeira no aspecto legal, pois ampara em lei um direito que estava omisso em outras leis e, inclusive no ECA, não reportando proibição específica, mas medidas protetivas em prol da criança e do adolescente que se virem vítimas de abusos. A segunda é nos aspecto criminal, pois a lei não prevê condição criminal para a conduta incorreta, daquele pai, educador ou responsável, e sim, uma inclusão em programas de ajuda, extensivo ao grupo familiar, o que é a novidade. A nova Lei é, na verdade, um grito para que a própria população acorde de sua inércia sociológica e concorra para um acolhimento da (s) família (s) que apresentam algum tipo de problema.



Pode parecer estranho essa medida protetiva em nome das crianças, com olhos a um resultado mais abrangente. Mas, a nós, parece lógico, pois procura-se proteger a criança, não só da violência física, mas em todos os aspectos, quando se protege a própria família de uma provável desagregação. É preciso entender que nesse caso específico, ao pai/mãe, conhecer o direito não traz, obrigatoriamente, temor, pois não esta postada nenhuma conduta correcional em detrimento da prática do ato – dito – ilegal. Faz, no entanto, com que o agente, a comunidade e o próprio Estado, se posicionem em um processo de desaceleração da violência ou de sua tolerância e justificativa, ainda que com uma simples palmada (que diga-se de passagem, não esta proibida).
Se verificarmos a Justificativa em que se fundamentou a proposta de Lei, teremos um aparato de tratados, convenções e legislações internacionais que velam por uma postura referente, naquilo concernente à educação da criança e do adolescente. Nesse diapasão, verifica-se que o diálogo, ainda é o melhor exemplo na educação de nossos filhos. Sinceramente, esperamos que essa visão possa ser estendida a outras frentes sociais. Como bem disse a amiga Emanuelle “nossos filhos são bênçãos de Deus e é NELE que devemos buscar a orientação correta de como educá-los! Deus nos dê sabedoria!”.

Veja a lei: http://www.camara.gov.br/sileg/MostrarIntegra.asp?CodTeor=186335

Antônio henrique é Bacharel em Direito e um dos co-autores do blog.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A inutilidade da criança



A Inutilidade da Criança

por Rubem Alves

O pai orgulhoso e sólido olha para o filho saudável e imagina o futuro.

- Que é que você vai ser quando crescer?

Pergunta inevitável, necessária, previdente, que ninguém questiona.

- Ah! Quando eu crescer, acho que vou ser médico!

A profissão não importa muito, desde que ela pertença ao rol dos rótulos respeitáveis que um pai gostaria de ver colados ao nome do seu filho (e ao seu, obviamente)... Engenheiro, Diplomata, Advogado, Cientista...

Imagino um outro pai, diferente, que não pode fazer perguntas sobre o futuro. Pai para quem o filho não é uma entidade que “vai ser quando crescer“, mas que simplesmente é, por enquanto ... É que ele está muito doente, provavelmente não chegará a crescer e, por isso mesmo, não vai ser médico, nem mecânico e nem ascensorista.

Que é que seu pai lhe diz? Penso que o pai, esquecido de todos “os futuros possíveis e gloriosos“ e dolorosamente consciente da presença física, corporal, da criança, aproxima-se dela com toda a ternura e lhe diz: “Se tudo correr bem, iremos ao jardim zoológico no próximo domingo...“

É, são duas maneiras de se pensar a vida de uma criança. São duas maneiras de se pensar aquilo que fazemos com uma criança.

Eu me lembro daquelas propagandas curtinhas que se fizeram na televisão, por ocasião do ano da criança deficiente, para provar que ainda havia alguma esperança, para dizer que alguma coisa estava sendo feita. E apareciam lá, na tela, as crianças e adolescentes, cada uma excepcional a seu modo, desde Síndrome de Down até cegueira, e aquilo que nós estávamos fazendo com eles... Ensinando, com muito amor, muita paciência. E tudo ia bem até que aparecia o ideólogo da educação dos excepcionais para explicar que, daquela forma, esperava-se que as crianças viessem a ser úteis, socialmente... E fiquei a me perguntar se não havia uma pessoa sequer que dissesse coisa diferente, que aquelas escolas não eram para transformar cegos em fazedores de vassouras, nem para automatizar os mongolóides para que aprendessem a pregar botões sem fazer confusão... Será que é isto? Sou o que faço? Ali estavam crianças excepcionais, não-seres que virariam seres sociais e receberiam o reconhecimento público se, e somente se, fossem transformados em meios de produção. Não encontrei nem um só que dissesse: “Através desta coisa toda que estamos fazendo esperamos que as crianças sejam felizes, dêem muitas risadas, descubram que a vida é boa... Mesmo um excepcional pode ser feliz. Se uma borboleta, se um pardal e se uma ignorada rãzinha podem encontrar alegria na vida, por que não estas crianças, só porque nasceram um pouco diferentes ...?“

Voltamos ao pai e ao seu filhinho leucêmico.

Que temos a lhes dizer?

Que tudo está perdido? Que o seu filho é um não-ser porque nunca chegará a ser útil, socialmente? E ele nos responderá: “Mas não pode ser... Sabe? Ele dá risadas. Adora o jardim zoológico. E está mesmo criando uns peixes, num aquário. Você não imagina a alegria que ele tem, quando nascem os filhotinhos. De noite nós nos sentamos e conversamos. Lemos estórias, vemos figuras de arte, ouvimos música, rezamos... Você acha que tudo isto é inútil? Que tudo isto não faz uma pessoa? Que uma criança não é, que ela só será depois que crescer, que ela só será depois de transformada em meio de produção?“

E eu me pergunto sobre a escola ... Que crianças ela toma pelas mãos?

Claro, se a coisa importante é a utilidade social temos de começar reconhecendo que a criança é inútil, um trambolho. Como se fosse uma pequena muda de repolho, bem pequena, que não serve nem para salada e nem para ser recheada, mas que, se propriamente cuidada, acabará por se transformar num gordo e suculento repolho e, quem sabe, um saboroso chucrute? Então olharíamos para a criança não como quem olha para uma vida que é um fim em si mesma, que tem direito ao hoje pelo hoje... Ora, a muda de repolho não é um fim. É um meio. O agricultor ama, nas mudinhas de repolho, os caminhões de cabeças gordas que ali se encontram escondidas e prometidas. Ou, mais precisamente, os lucros que delas se obterão...utilidade social.

Reconheçamos: as crianças são inúteis...

Entre nós inutilidade é nome feio. Já houve tempo, entretanto, em que ela era a marca de uma virtude teologal. Duvidam? Invoco Santo Agostinho, mestre venerável que declara em De Doctrina Christiana: “Há coisas para serem usufruídas, e outras para serem usadas.“ E ele acrescenta: “Aquelas que são para serem usufruídas nos tornam bem-aventurados.“ Coisas que podem ser usadas são úteis: são meios para um fim exterior a elas. Mas as coisas que são usufruídas nunca são meio para nada. São fins em si mesmas. Elas nos dão prazer. São inúteis.

Uma sonata de Scarlatti é útil? E um poema? E um jogo de xadrez? Ou empinar papagaios?

Inúteis.

Ninguém fica mais rico.

Nenhuma dívida é paga.

Por que nos envolvemos nessas atividades, se lhes faltam a seriedade do pragmatismo responsável e os resultados práticos de toda atividade técnica? É que, muito embora não produzam nada, elas produzem o prazer.

O primeiro pai fazia ao filho a pergunta da utilidade: “Qual o nome do meio de produção em que você deseja ser transformado?“ O segundo, impossibilitado de fazer tal pergunta, descobriu um filho que nunca descobriria, de outra forma: “Vamos brincar juntos, no domingo?\'“

E as nossas escolas? Para quê?

Conheço um mundo de artifícios de psicologia e de didática para tomar a aprendizagem mais eficiente. Aprendizagem mais eficiente: mais sucesso na transformação do corpo infantil brincante no corpo adulto produtor. Mas para saber se vale a pena seria necessário que comparássemos os risos das crianças com os risos dos adultos, e comparássemos o sono das crianças com o sono dos adultos. Diz a psicanálise que o projeto inconsciente do ego, o impulso que vai empurrando a gente pela vida afora, essa infelicidade e insatisfação indefinível que nos faz lutar para ver se, depois, num momento do futuro, a gente volta a rir... sim, diz a psicanálise que este projeto inconsciente é a recuperação de uma experiência infantil de prazer. Redescobrir a vida como brinquedo. Já pensaram no que isso implicaria? É difícil. Afinal de contas as escolas são instituições dedicadas à destruição das crianças. Algumas, de forma brutal. Outras, de forma delicada. Mas em todas elas se encontra o moto:

“A criança que brinca é nada mais que um meio para o adulto que produz.“ (Estórias de quem gosta de ensinar, pág. 49.)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Somos o que pensamos?



O que era verdade em outras culturas há mais de mil anos está sendo comprovado por neurocientistas: Somos o resultado do que pensamos.
Cada pensamento que temos gera uma emoção, e cada emoção mobiliza um circuito hormonal que terá impacto em trilhões de células.
Pensamentos positivos, de entusiasmo, alegria, bem-querer promovem a secreção de Serotonina – substância responsável pelo humor, sensação de bem-estar, regulação do sono, apetite, atividades motoras e funções cognitivas.

Da mesma forma, pensamentos negativos como de raiva, culpa, ressentimento, impaciência, desconfiança, medo facilitam a secreção de Cortisol – chamado o hormônio do stress que afeta os sistemas fisiológicos e imunológicos, provocando insônias, depressão, alterações de humor, perda muscular, retenção de líquidos, aumento da gordura abdominal e mesmo a compulsão alimentar.

O que a biologia nos alerta, podemos ilustrar através de um ciclo: Pensamentos, emoções, comportamento, resultado.

Pensamentos positivos levam a atitudes positivas, por conseguinte, essas atitudes positivas levam a um comportamento positivo e este a um resultado positivo que produzirá novos pensamentos positivos. Mas o contrário também acontece. O que podemos ver é que se trata de um ciclo, que pode ser positivo ou negativo.

Os estudos da Psicologia Comportamental demonstram que podemos condicionar nosso próprio comportamento e dos demais com as atitudes que queremos.
Quando aplicarmos positivamente nossos pensamentos teremos condições de lidar com tudo que vivemos de forma mais gratificante e produtiva. Sentimo-nos melhores. As pessoas ao nosso redor também sentem e passam a reagir conforme nossas atitudes.

Mas lembre-se, apenas pensar positivamente não lhe dará resultado prático. É necessário agir. Os fatores negativos continuarão existindo, porém quando começamos nossas atividades diárias emitindo pensamentos positivos, estaremos influenciando nossas emoções, comportamentos e resultados; assim como das pessoas que convivem conosco.

Portanto, comece agindo hoje, remova os velhos e ineficazes paradigmas, dogmas e pré-conceitos. Experimente diariamente coisas novas. Faça a pessoa ao lado feliz!!! Abra sua mente para novas possibilidades!! Arrisque! Desfrute as novas oportunidades!! Pense positivamente sobre você e tudo que está a sua volta.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Religar para viver


É comum ao andarmos por ai depararmos com pensadores em atividade que, por um descuido, sem meditar profundamente no que expressam, fazem ecoar alguns ditos populares que marcaram época e formataram a opiniões colocando fim a algumas discussões, como por exemplo; “futebol, religião..., não se discutem e fim de papo”.
Mas será que é assim? Como retomar tal discussão e não apenas te-la como um dogma que repousa sobre sua ingenuidade, por não ter sido explorado, dissecado e realmente compreendido?
Vale salientar a importância da Etimologia parte tão nobre da gramática que segundo os estudiosos do ramo, nos ajuda na origem e formação das palavras. Tal compreensão torna a discussão mais fundamentada e possibilita credibilidade às afirmativas.
Quando focamos a palavra “religião”, o que nos vem à mente é o conjunto de regras religiosas, deveres prestados a uma entidade e há quem comungue até mesmo com o sacrifício do bem mais precioso, a vida! Mas é preciso entendê-la etimologicamente, a fim de sermos sinceros corretos e principalmente eficazes em nossas falas e ações. Dado a nossa condição intelectual, não se admite que apenas recitemos dogmas mal discutidos, mal interpretados e alguns até ideologicamente colocados visando o controle de massas e proveito próprio em detrimento de vários.
Religião é verbo latim, é ação necessária, é religar algo desligado da origem, do todo, da vida! É encontro, realização, comunhão. Não comum comigo mesmo conforme prega a sociedade moderna, mas comunhão, com o supremo, com os pares e conseqüentemente com o meu eu. A religião se discute, se entende e se vive intensamente e se presta motivando a promoção do ser humano e o bem comum.
Por fim, entender é se libertar, conhecer é crescer e caminhar para frente, para o alto, desvencilhando-se de dogmas humanos, de prisões proporcionadas por sistemas ignorantes no sentido etimológico da palavra. Vale a pena pensar e se deixar religar, pois carecemos disso.

Postado por Leno Costa, Teólogo, um dos autores do blog.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Sensatez



Cirurgia de lipoaspiração?
Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Deus é a auto imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer, não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem, estética, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo. Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas minhas roupas, quero fical legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.
Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.
"Cuide bem do seu amor, seja ele quem for."
Herbert Viana

Enviado pelo pensador e amigo Antônio Henrique.

sábado, 25 de junho de 2011

O poema que toca até quem ainda não é pai

Na semana passada vimos uma tragédia no sul da Bahia, a queda de um helicóptero ceifou vidas e deixou marcas profundas nas famílias dos vitimados. O vocalista da Banda Biquini Cavadão Bruno Gouvea foi um dos que teve a perda do ente querido, sua ex-mulher Fernanda Kfouri e o filho Gabriel Kfouri Gouveia, de dois anos. Ontem durante a missa de sétimo dia, Bruno Gouvea deixou todos emocionados com seu discurso sobre a perda do filho Gabriel. Ele declamou ainda a poesia 'Partida', que fez em homenagem ao filho, publicado em seu blog http://mimevoce.blogspot.com, que reproduziremos abaixo na íntegra. Emitiu ainda uma carta aos amigos e parentes que pode ser conferida nesse endereço: http://musica.uol.com.br/ultnot/2011/06/24/em-carta-aos-fas-vocalista-do-biquini-cavadao-fala-sobre-perda-de-filho-e-diz-que-vai-manter-agenda-de-shows.jhtm

O sensível poema toca até aqueles que ainda não são pais, aos enlutados dessa tragédia nossos sentimentos...


Para meu filho Gabriel† 10-08-08 / 17-06-11
PARTIDA


a morte de um filho
é uma gravidez às avessas
volta pra dentro da gente
para uma gestação eterna

aninha-se aos poucos
buscando um espaço
por isso dói o corpo
por isso, o cansaço

E como numa gestação ao contrário
a dor do parto é a da partida
de volta ao corpo pra acolhida
reviravolta na sua vida

E já começa te chutando, tirando o sono
mexendo os órgãos, lembrando o dono
que está presente, te bagunçando o pensamento
te vazando de lágrimas e disparando o coração,

A morte de um filho é essa gravidez ao contrário
mas com o tempo, vai desinchando
até se transformar numa semente de amor
e que nunca mais sairá de dentro de ti.

Bruno Gouveia

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Os efeitos perniciosos do ufanismo


Já vivi encantado pelo otimismo. Afirmei com contundência que a sorte é bumerangue que sempre volta com fortuna. Cantei com um público frenético: “Vai dar tudo certo, em nome de Jesus”. Em minhas palestras e sermões, antecipei grandes reviravoltas na vida dos ouvintes. Mas, com o passar do tempo, percebi que apesar de toda a boa vontade, tais guinadas não aconteciam com a frequência que eu desejava. Nem tudo dava certo! Alguns amigos agonizaram, carcomidos de câncer. Outros foram à bancarrota. Quantos casamentos celebrei que terminaram em divórcio. Por que não confessar a infantilidade? Repeti jargões ufanistas sem levar às últimas consequências minhas afirmações. Pior, capitalizei em cima de ilusões.
Percebo que não estou só. Políticos e conferencistas motivacionais ladeiam líderes religiosos a repetir frases de efeito - que, na verdade, só servem para fortalecê-los. Infelizmente, as consequências são desastrosas. Mulheres azedaram na vida porque alguém lhes prometeu que Deus (ou Santo Antônio) traria marido “no tempo certo”. Empresários se desesperaram porque alguém assegurou que “o Senhor não permite que seus filhos fracassem nos negócios”. Pais e mães se perderam existencialmente porque jamais cogitaram um câncer “permitido” em uma família piedosa e obediente.
É comum ver pessoas acorrentadas a promessas que “um dia chegarão” - mas que não chegam nunca; ver pessoas debitando paradoxos e agruras nos “paradoxos” e “mistérios insondáveis da eternidade”.
Nada como o dia a dia para arrasar com os discursos triunfalistas. Crianças agonizam com diarréia nas favelas. Faltam ambulâncias nas periferias para salvar os infartados. Professores da rede pública recebem uma ninharia no perpétuo ciclo ignorância-desemprego-miséria. Quem ganha com o triunfalismo? As revistas de fofoca com seus conselhos de auto-ajuda, os televangelistas e as religiões pequeno burguesas. Nos sucessivos arroubos de vitória, as relações utilitárias com a Divindade prosseguem intocadas e os cantores gospel faturam bem.
Reconheçamos: a vida de muitos simplesmente não vai dar certo. A estrutura econômica deste país, assimétrica, não permite que multidões subam a escadaria da inclusão social. Os oligarcas não vão abrir mão de seus benefícios (basta ver a miséria do Maranhão, feudo de uma família poderosa). Muitos não vão entrar na terra prometida. Homens adoecerão sem conseguir recuperar suas empresas. Mulheres não vão sair do lugarejo que lhes asfixia. Rapazes, que sonhavam em jogar futebol na Europa, terão que se contentar com o saláro de balconista.
Não se deve desprezar a realidade em nome da uma esperança fantasiosa. Não se deve negligenciar injustiça social em nome de intervenções de Deus. Não se deve perpetuar ilusão em nome do otimismo. Sou pastor, pregador e conferencista, mas não tenho o direito de descolar meu discurso da existência concreta que as pessoas enfrentam todos os dias.
Não há outro caminho senão assumir compromisso com a verdade. E lutar dentro dela. Obrigo-me não à verdade metafísica, absolutizada dos dogmas ou da filosofia. Abraço a verdade que o cotidiano impõe e esperneio para transformá-la. Acredito que só é possível promover a liberdade quando ensinar que o engano não conduz a lugar nenhum senão a decepção. – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!”. Para que o mundo seja minimamente transformado não há outro recurso senão embrenhar-se na vida como ela é, arregaçar as mangas e lutar.

Soli Deo Gloria.

05-04-11
Ricardo Gondim Rodrigues é teólogo brasileiro, presidente nacional da Assembléia de Deus Betesda, presidente do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos, conferencista. Tem programa de rádio e é colunista de vários veículos de comunicação. É autor premiado de vários livros e artigos polêmicos.

Hipocrisia

Este texto fala sobre a verdade. Caso seja um mentiroso e queira mudar de vida leia. Agora, caso acredite ser sincero, leia o mais rápido possível, pois você vai se sentir o mais hipócrita dos homens!



O século XXI é a sociedade da hipocrisia. Se antes, o ser humano manifestava seu ódio e intolerância diante do "primitivo", do "estranho" ou do "desconhecido". Hoje, não mais. Temos a máscara da hipocrisia. No dicionário hipocrisia significa "Fingimento de bondade de ideias ou de opiniões apreciáveis" e "Devoção fingida".
Muitos se dizem tolerantes, solidário, compreensivo e amigo de todos. Não são preconceituosos, são ecléticos e democráticos. Respeitam e aceitam o outro, as coisas e as emoções do próximo.
Contudo, no seu íntimo, nas suas entranhas e no seu mundinho manifestam o mais puro ódio àqueles que são seus opostos. Não comungam com as suas idéias? É um imbecil. Não convivem em sua "tribo"? Não sabem curtir o que é bom. Não compreende a sua linguagem? Não é inteligente o suficiente para fazer parte de seu mundo. Não compartilha os mesmos sonhos? Não passam de derrotados.
Hoje, a sinceridade está na mídia, na política, na violência e nas drogas. Todas elas expressam a verdadeira face do homem, do extremo das emoções e da miséria humana.
A sociedade atual precisa de ser impactada pela verdade, pela ética e uma moral sem mentiras, falsidades e fingimentos. A verdade dói, mas somos uma sociedade hipócrita! É preciso apagar esta página branca (ou negra?) de nossa história, e reescrever uma nova jornada fundamentada na VERDADE, doa a quem doer!

Autor: Raul Nogueira Nogstory
Email: nogstory@hotmail.com / Twitter: @nogstory

Sobre a morte e o morrer

Rubem Alves

O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de
um ser humano? O que e quem a define?




Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: “Morrer, que me importa? (…) O diabo é deixar de viver.” A vida é tão boa! Não quero ir embora…

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: “Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?”. Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: “Não chore, que eu vou te abraçar…” Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: “E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega… O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias… Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto…”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. “Minha filha, sei que minha hora está chegando… Mas, que pena! A vida é tão boa…”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: “O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?”. O médico olhou-o com olhar severo e disse: “O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?”.

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a “reverência pela vida” é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados “recursos heróicos” para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da “reverência pela vida”. Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: “Liberta-me”.

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: “Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei…”. Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: “Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a “morienterapia”, o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a “Pietà” de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.