O objetivo deste artigo é construir com o leitor um
breve entendimento, através da história, sobre a compreensão das influências de
várias teorias do conhecimento estabelecendo parâmetros de avaliação, critérios
de verdade, objetivação, metodologia e relação sujeito e objeto para os vários
modos de conhecimentos diante da crise da razão que se instaurou no século XX e
que há de se prolongar neste presente século, através dos desafios da
construção de uma ética normativa compatível com as evoluções das descobertas e
do conhecimento no campo científico.
Começamos por conceituar o conhecimento:
Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja
conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer.
Na Grécia
Antiga temos várias visões e métodos de conhecimento:
· Sócrates: Estabelecendo seus
métodos: ironia e maiêutica.
· Platão - Doxa - A ciência é
baseada na Opinião
· Aristóteles - Episteme - A
ciência é baseada Observação (Experiência)
I - Teoria do Conhecimento na Antigüidade:
Podemos
perceber que os Filósofos gregos deixaram algumas contribuições para a
construção da noção de conhecimento:
a.
Estabeleceram a diferença entre conhecimento sensível e conhecimento
intelectual
b.
Estabeleceram diferença entre aparência e essência.
c.
Estabeleceram diferença entre opinião e saber
d.
Estabeleceram regras da lógica pra se chegar à verdade
II -Teoria do Conhecimento na Idade Média:
1. Na
Patrística - Temos a tendência da conciliação do pensamento cristão ao
pensamento platônico, sendo seu grande expoente Santo Agostinho.
2. Na
Escolásticas - Temos a anexação da Filosofia aristotélica ao pensamento
cristão, com o estreitamento da relação Fé e razão, sendo seu grande expoente
São Tomás de Aquino.
3.
Nominalismo - Temos o final do domínio do Pensamento Medieval, com a separação
da Filosofia da teologia através do esvaziamento dos conceitos. Sendo seus
expoentes Duns Scotto e Guilherme de Oclkam.
III - Teoria do Conhecimento na Idade Moderna:
A primeira revolução Científica trouxe várias
mudanças para o pensamento, dentre as quais podemos destacar a mudança da visão
teocentrista (Deus é o centro do conhecimento), para visão antropocentrista (o
homem é o centro do conhecimento).
1. O racionalismo de. René Descartes - O discurso
do Método: A máxima do cartesianismo "Cogito ergo sun".
2. O
empirismo:
a. John
Lock - a experiência
b. David
Hume - a Crença
3. O
criticismo kantiano: O conhecimento a priori: Universal e necessário.
4. A
herança iluminista: A razão.
III - Teoria do Conhecimento na Idade
Contemporânea: A Crise da Razão.
O novo
iluminismo de Habermas. A razão crítica precisa:
a. Fazer
a crítica dos limites
b.
Estabelecer princípios éticos
c.
Vincular construção a raízes sociais.
CONCLUSÃO:
A construção do conhecimento fundado sobre o uso
crítico da razão, vinculado a princípios éticos e a raízes sociais é tarefa que
precisa ser retomada a cada momento, sem jamais ter fim.
O assunto é por demais amplo e muito bem discutido
por vários filósofos. Nossa pretensão foi apensas de trazer uma reflexão
através de um esboço sistemático da história do conhecimento.
Deixamos para apreciação através de uma análise
analítica e crítica os principais modos de conhecer o mundo e suas formas de abordagens
para se chegar ao conhecimento verdadeiro.
Modos de Conhecer o Mundo
|
Critérios de verdade
|
Objetivação
|
Metodologia
|
Relação sujeito-Objeto
|
1. O Mito
|
A Fé
|
Dogmatismo - Doutrinamento e Proselitismo
|
A experiência pessoal
|
Relação Suprapessoal, onde a Revelação do Sagrado
se manifesta (revela) sobrenaturalmente ao profano através do rito
(Dramatização do mito, ou seja, da liturgia religiosa).
|
2. A Filosofia
|
A razão
|
A razão discursiva.
|
A dialética
(O discurso)
|
Relação transpessoal onde a palavra diz as
coisas. O mundo se manifesta pelos fenômenos e é dizível através do logos.
|
3. O Senso Comum
|
A cultura ética e moral
|
A Tradição cultural
|
As crenças silenciosas
(Ideologias)
|
Relação interpessoal, onde a ideologia
estabelecida pelas idéias dominantes e pelos poderes estabelecidos.
|
4. A Arte
|
A estética
|
Esteticismo = A subjetividade do artista e do
contemplador (observador) da arte.
|
O gosto
|
Relação pessoal, onde a criatividade e a
percepção da realidade do autor e a interpretação e sensibilidade do
observador.
|
5. A Ciência
|
A experimentação
|
Objetividade -Comprovação de uma determinada tese
de modo objetivo
|
A observação
|
Relação "impessoal", A isenção do
cientista diante de sua pesquisa: O mito da neutralidade científica.
|
Prof. Vanderlei de Barros Rosas / Leia mais: http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei22.htm