sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Afinal, o que é Conhecimento?


O objetivo deste artigo é construir com o leitor um breve entendimento, através da história, sobre a compreensão das influências de várias teorias do conhecimento estabelecendo parâmetros de avaliação, critérios de verdade, objetivação, metodologia e relação sujeito e objeto para os vários modos de conhecimentos diante da crise da razão que se instaurou no século XX e que há de se prolongar neste presente século, através dos desafios da construção de uma ética normativa compatível com as evoluções das descobertas e do conhecimento no campo científico.

Começamos por conceituar o conhecimento: Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer.

Na Grécia Antiga temos várias visões e métodos de conhecimento:

·       Sócrates: Estabelecendo seus métodos: ironia e maiêutica.

·       Platão - Doxa - A ciência é baseada na Opinião

·       Aristóteles - Episteme - A ciência é baseada Observação (Experiência)

I - Teoria do Conhecimento na Antigüidade:

Podemos perceber que os Filósofos gregos deixaram algumas contribuições para a construção da noção de conhecimento:

a. Estabeleceram a diferença entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual

b. Estabeleceram diferença entre aparência e essência.

c. Estabeleceram diferença entre opinião e saber

d. Estabeleceram regras da lógica pra se chegar à verdade

II -Teoria do Conhecimento na Idade Média:

1. Na Patrística - Temos a tendência da conciliação do pensamento cristão ao pensamento platônico, sendo seu grande expoente Santo Agostinho.

2. Na Escolásticas - Temos a anexação da Filosofia aristotélica ao pensamento cristão, com o estreitamento da relação Fé e razão, sendo seu grande expoente São Tomás de Aquino.

3. Nominalismo - Temos o final do domínio do Pensamento Medieval, com a separação da Filosofia da teologia através do esvaziamento dos conceitos. Sendo seus expoentes Duns Scotto e Guilherme de Oclkam.

III - Teoria do Conhecimento na Idade Moderna:

A primeira revolução Científica trouxe várias mudanças para o pensamento, dentre as quais podemos destacar a mudança da visão teocentrista (Deus é o centro do conhecimento), para visão antropocentrista (o homem é o centro do conhecimento).

1. O racionalismo de. René Descartes - O discurso do Método: A máxima do cartesianismo "Cogito ergo sun".

2. O empirismo:

a. John Lock - a experiência

b. David Hume - a Crença

3. O criticismo kantiano: O conhecimento a priori: Universal e necessário.

4. A herança iluminista: A razão.

III - Teoria do Conhecimento na Idade Contemporânea: A Crise da Razão.

O novo iluminismo de Habermas. A razão crítica precisa:

a. Fazer a crítica dos limites

b. Estabelecer princípios éticos

c. Vincular construção a raízes sociais.

CONCLUSÃO:

A construção do conhecimento fundado sobre o uso crítico da razão, vinculado a princípios éticos e a raízes sociais é tarefa que precisa ser retomada a cada momento, sem jamais ter fim.

O assunto é por demais amplo e muito bem discutido por vários filósofos. Nossa pretensão foi apensas de trazer uma reflexão através de um esboço sistemático da história do conhecimento.

Deixamos para apreciação através de uma análise analítica e crítica os principais modos de conhecer o mundo e suas formas de abordagens para se chegar ao conhecimento verdadeiro. 

Modos de Conhecer o Mundo
Critérios de verdade
Objetivação
Metodologia
Relação sujeito-Objeto
1. O Mito
A Fé
Dogmatismo - Doutrinamento e Proselitismo
A experiência pessoal
Relação Suprapessoal, onde a Revelação do Sagrado se manifesta (revela) sobrenaturalmente ao profano através do rito (Dramatização do mito, ou seja, da liturgia religiosa).
2. A Filosofia
A razão
A razão discursiva.
A dialética
(O discurso)
Relação transpessoal onde a palavra diz as coisas. O mundo se manifesta pelos fenômenos e é dizível através do logos.
3. O Senso Comum
A cultura ética e moral
A Tradição cultural
As crenças silenciosas
(Ideologias)
Relação interpessoal, onde a ideologia estabelecida pelas idéias dominantes e pelos poderes estabelecidos.
4. A Arte
A estética
Esteticismo = A subjetividade do artista e do contemplador (observador) da arte.
O gosto
Relação pessoal, onde a criatividade e a percepção da realidade do autor e a interpretação e sensibilidade do observador.
5. A Ciência
A experimentação
Objetividade -Comprovação de uma determinada tese de modo objetivo
A observação
Relação "impessoal", A isenção do cientista diante de sua pesquisa: O mito da neutralidade científica.

Prof. Vanderlei de Barros Rosas / Leia mais: http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei22.htm

Qual o valor do conhecimento?




Ao recorrer à história, constatamos que o homem segue uma trajetória em busca de poder, durante séculos a força determinava o poder; os mais fortes dominavam os mais fracos e impunham sobre estes a escravidão por seus deleites e vaidades, para deixar claro a todos, que eles detinham o poder.

Mas hoje, o poder não mais é alcançado através da força. A força pode até subjugar pessoas, povos e nações, mas não é mais símbolo de poder. O poder mudou de mãos. Hoje, quem tem o poder é quem tem a informação, o saber, o conhecimento.

Quanto mais sabemos, mais poder teremos. Poder no sentido mais amplo, não significando apenas “ser chefe”. Quem conhece mais escolhe melhor, pois possui mais subsídios e não se deixa levar pela primeira impressão dos fatos. Francis Bacon já preconizava: ”Conhecimento é poder.”

É importante que se entenda muito bem que o que traz valor para as pessoas, no longo prazo, é o conhecimento e não a informação. Não se pode negar o valor da informação certa na hora certa, principalmente aquelas de caráter competitivo. Porém, há de se definir que a informação tem caráter cumulativo, enquanto o conhecimento é seletivo, ou seja, enquanto a informação pode ser buscada na hora que dela necessitamos, e armazenada se necessário for, o conhecimento exige inferência e uso para gerar valor.

Na verdade, o conhecimento só serve para duas coisas: ser compartilhado ou gerar valor. O conhecimento retido em uma mente ou num livro que nunca será lido é um tesouro no fundo do mar. Sabe-se que existe, mas é inútil. A sabedoria, por sua vez, é todo o conhecimento aplicado. Se você conhece todos tipos de dieta, mas não pratica, não adianta, você continuará com os quilinhos a mais, não é verdade? Quando você usa conhecimento para viver melhor, produzir melhor, está exercendo uma certa sabedoria.

O Conhecimento é o grande tesouro, o verdadeiro poder da atualidade. Quem o tem determina o seu destino. O sucesso ou o insucesso é determinado por apenas este detalhe.

"Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros."

- Benjamim Franklin