terça-feira, 28 de outubro de 2014

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A tristeza faz parte da vida!


ü  Jesus chorou. João 11:35
ü  Então Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani e lhes disse: “Sentem-se aqui enquanto vou ali orar”. Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes então: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres”. Mateus 26: 36-39
ü  Quando Jesus chegou perto de Jerusalém e viu a cidade, chorou com pena dela e disse:
- Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a paz! Mas agora você não pode ver isso. Pois chegarão os dias em que os inimigos vão cercá-la com rampas de ataque, e vão rodeá-la, e apertá-la de todos os lados. Eles destruirão completamente você e todos os seus moradores. Não ficará uma pedra em cima da outra, porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para salvá-la. Lucas 19: 41-44

Ø  Conceito de Tristeza: É um estado de espírito. É uma resposta natural de nosso organismo frente às frustrações reais e subjetivas. Ocorre quando se têm perdas ou derrotas na vida. Quando se perde uma pessoa amada, quando se deixa de alcançar determinado resultado, quando não se conquista o desejo do coração, quando não alcançamos as coisas no nosso tempo.
“Ah irmão Raul estou tão depressiva!”. Depressão não é o mesmo que tristeza. Depressão é um estado de desequilíbrio dos sentimentos e do organismo humano. É uma tristeza intensa e profunda na alma. A depressão é uma doença e precisa ser tratada, tanto no mundo espiritual quanto físico!
Ø  A pós-modernidade (cultura, ciência e sociedade do século XXI) nos ensina que a maior conquista do ser humano é a felicidade. E para alcança-la devemos fazer qualquer coisa! Trocar de emprego se não estamos felizes! Largar mão de uma grande oportunidade se a alegria não se faz presente em nossos corações! Trocar de companheiro se este ou aquele não nos faz feliz! Vale mais viver um minuto de intensa felicidade do que uma eternidade de companheirismo e dedicação. Vale mais um beijo intenso por um minuto do que andar uma eternidade de mãos dadas!
Será que tudo isso é uma verdade? Não, os fins não justificavam os meios! Passar por cima, destruir, matar, tirar a felicidade dos outros, roubar e destruir não passa de um momento e felicidade passageira. E nós sabemos que tudo isso é o papel de Satanás! Precisamos entender a origem da nossa tristeza, para que possamos superá-las e seguir adiante.
Ø  Uma fonte de tristeza humana é o próprio homem. Quanto o homem ou a mulher não se aceitam a tristeza se torna uma companheira presente. “Não sou capaz! Eu não mereço! Eu não sou bonita! Eu não consigo!” Tudo isto não passa de baixa estima e autoflagelação. Jesus não veio para nos condenar, mas para libertar os cativos e oprimidos de coração!
ü  “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mateus 11:28

Ø  O ser humano é outra fonte de tristeza. As pessoas nos decepcionam nos rejeitam e nos faz sentir menor do que realmente somos. Não seja um promotor de tristeza!  Tem pessoas que são negativistas e propagam a guerra e a discórdia. Tem pessoas que conseguem entristecer até o próprio Espírito Santo.
“E não façam com que o Espírito Santo de Deus fique triste. Pois o Espírito é a marca de propriedade de Deus colocada em vocês, a qual é a garantia de que chegará o dia em que Deus os libertará.” Efésios 4:30
Ø  O ter é outra fonte de tristeza. O homem é um ser material. É dependente de ter, possuir e conquistar. Quando não conquistamos frustramos! Jesus disse em Mateus 6:33: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” O ter nos conduz a um mundo de vaidades, de soberba e presunção!
Precisamos buscar as coisas espirituais: o amor, o relacionamento, a devoção a Deus e a intimidade com o Espírito Santo, o nosso Consolador!  Ser é melhor e mais importante que ter! Seja simples, seja verdadeiro, seja amigo, seja trabalhador, seja servo e seja dependente de Deus!
Ø  E por último o pecado. O pecado nos afasta de Deus, quando não estamos próximo dEle sentimos um vazio constante, desmotivado e incapacitado. Em Cristo somos mais que vencedores!
ü  “Pois são os pecados de vocês que os separam do seu Deus, são as suas maldades que fazem com que ele se esconda de vocês e não atenda as suas orações.” Isaías 59:2

Ø  Como superar então a tristeza? A relação com a tristeza nos leva a pensar sobre as situações naturais da vida, principalmente àquelas nos causas frustrações, e nos motivam a buscar soluções, ou seja, uma tristeza é um mecanismo psíquico que nos dá Condições de reflexão sobre nós mesmos, inclusive para evitar uma repetição do erro.
Ø  Não podemos parar! É preciso continuar vivendo e sonhando! A Bíblia diz que "Aquele que sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes." Salmo 126:6.

Ø  É preciso procurar auxílio! O apóstolo Paulo nos Revelou que, em muitos momentos de dificuldades em sua vida, quando a tristeza invadia o seu ser, ele procurava uma ajuda de Deus, e o Senhor o consolava com uma companhia e o carinho dos irmãos e amigos em Cristo (ver 2 Coríntios 7 :5- 10; Filipenses 2:25).

Ø  É preciso crer e ter fé em Jesus Cristo! Ele é a nossa verdadeira Esperança e o Príncipe da Paz! A Bíblia diz que a ALEGRIA do Senhor é a nossa força!
Jeremias é reconhecido como o profeta chorão! Escreveu Lamentações, mas é reconhecido por ser um dos maiores profetas do Velho Testamento. Davi nos Salmos 51 expressa um momento de angustia, mas é reconhecido como “homem segundo o coração de Deus”! Ana chorou ao demonstrar sua tristeza por sua incapacidade de gerar vida, mas não desistiu de sonhar.
Tristeza não é pecado. É sentimento! Tristeza não mata! Apenas nos leva diante das nossas próprias fraquezas e nos fazer reconhecer dependentes do Pai!
ü  "Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã." Salmo 30:5
ü  "Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados". Mateus 5:4
ü  Jesus Cristo, o Príncipe da Paz nos disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." João 14:27
Autor: Ir. Raul Nogueira
03/Junho/2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Como a expectativa pode influenciar o seu comportamento (para o bem e para o mal)

Está aí uma pesquisa que explica muita coisa. De amuletos que supostamente dão sorte até situações em que você diz “isso não vai terminar bem” e realmente acaba se envolvendo em problemas. Trata-se, meus caros, do poder da sugestão.

Em um artigo publicado na edição de junho do periódico Current Directions in Psychological Science, psicólogos das Universidades Victoria de Wellington, Harvard e Plymouth exploraram a relação entre cognição, comportamento e sugestão. Eles já estudavam essa relação há anos em suas carreiras de pesquisadores e chegaram à conclusão de que “os efeitos da sugestão são maiores e geralmente mais surpreendentes do que muitas pessoas podem imaginar”, como definiu Maryanne Garry, da Universidade de Wellington, Nova Zelândia, ao Medical Xpress.

Segundo eles, isso pode influenciar, por exemplo, o desempenho das pessoas em tarefas que envolvem aprendizado e memória, os produtos que preferem consumir e como responderão a medicamentos e tratamentos.

Mas o mais interessante é como esse efeito pode ser observado em nossa vida diária. Isso está no que eles chamam de “expectativa de resposta”, ou a maneira como antecipamos as nossas respostas em várias situações. Essas expectativas nos preparam – ou programam – para respostas automáticas que vão nos influenciar para conseguir o resultado que esperamos. Para entender melhor: uma vez que antecipamos um resultado específico, nossos pensamentos e ações vão nos ajudar a realizá-lo.
Em termos práticos: se uma pessoa tímida acredita que uma taça de vinho vai ajudá-la a ficar mais desinibida e conhecer mais pessoas em uma festa, isso provavelmente vai ajudá-la e ela vai se sentir livre para se envolver em mais conversas. Mesmo que dê o crédito para o álcool, porém, está claro para os pesquisadores que foram as suas expectativas de como o vinho a faria se sentir que fizeram o maior papel. Outro exemplo: um amigo diz, do nada, que você está meio esquisito e pergunta se há algum problema. De fato não havia nenhum, mas, depois dessa pergunta, você fica encanado e começa realmente a agir estranho, sem saber o porquê.

Sim, o poder da sugestão também pode tem seu lado ruim. E isso é especialmente grave na pesquisa científica. Para os autores, simplesmente observar uma pessoa em um experimento já tem efeito sobre ela e pode afetar os resultados – fazendo com que se dê o crédito para alguma droga ou tratamento que se está pesquisando e não para o efeito sugestivo da pesquisa em si, por exemplo. É por isso que pesquisadores precisam tomar o máximo cuidado ao comunicar suas intenções para os voluntários, já que a mera expectativa comunicada pode influenciar as respostas.

Os autores do artigo Garry afirmaram que ainda há muito a ser pesquisado sobre o tema. Mas fica a aposta: “Se conseguirmos desvendar o poder da sugestão, poderemos melhorar a vida das pessoas”, afirma Garry.

Fonte- Revista Superinteresante Ana Carolina Prado

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Felicidade em excesso pode fazer mal?

Não há dúvida de que ser feliz é bom, mas em excesso pode ser um veneno. E, quanto mais procuramos a felicidade, menos somos felizes. Conheça o lado B da felicidade.


Ser feliz é uma das maiores preocupações de nossa sociedade hoje. Ela se manifesta na cultura popular, em livros de autoajuda, terapias e palestras de motivação. Não é para menos. Há fortes evidências sobre os benefícios de ter mais emoções positivas, menos emoções negativas e de estar satisfeito com a vida - os 3 pilares da felicidade. No entanto, essa história também tem dois lados. Se for vivida em excesso, na hora errada e no lugar errado, a felicidade pode levar a resultados indesejados. E, inclusive, não ser saudável.

É o que indicam estudos recentes. Níveis moderados de emoções positivas favorecem a criatividade, mas níveis altos não. Crianças altamente alegres estão associadas com o maior risco de mortalidade na idade adulta por seu envolvimento em comportamentos arriscados. Isso porque uma pessoa muito feliz teria menos probabilidade de discernir as ameaças iminentes. Aqui, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, fizemos uma pesquisa com 20 mil participantes saudáveis de 16 países. E encontramos os maiores níveis de bem-estar naqueles que tinham uma relação moderada entre emoções positivas e negativas em sua vida diária. Também vimos que níveis moderados (não extremos) de sentimentos positivos estão ligados à redução de sintomas de depressão e ansiedade, além do aumento da satisfação pessoal.

Como você pode perceber, felicidade não é uma só. Ela vem em diferentes sabores. Varia, por exemplo, segundo a dimensão do estímulo (excitação x calma) ou do engajamento social (compaixão x orgulho). Certos tipos de felicidade são muito autofocados e, por isso, acabam sendo mal-adaptados. É o caso do orgulho, geralmente ligado às conquistas e ao status social. O orgulho pode ser bom em certos contextos, mas também tem sido associado à agressividade e ao risco de desenvolver transtornos de humor, como a mania.

A própria busca por ser feliz também pode ser contraproducente. Muitas vezes, aliás, quanto mais as pessoas procuram a felicidade, menos parecem capazes de obtê-la. A razão é simples: elas concentram tanta energia e expectativa nesse esforço que os eventos felizes, como festas e encontros com amigos, acabam sendo decepcionantes. Em adultos jovens e saudáveis, essa busca incessante pela felicidadetem sido ligada ao maior risco de mania e depressão.

O que fazer então? É impossível ser feliz o tempo todo ou em todo lugar. Não vale a pena nem tentar. Pense na situação em que você deseja (ou é mais relevante para você) ser feliz. E não se esqueça: não desmereça os sentimentos negativos. A tristeza, por exemplo, é parte da experiência humana e não necessariamente é ruim. Ela até nos ajuda a manter os pés no chão.

Tentar maximizar emoções positivas e minimizar as negativas, portanto, nem sempre é uma boa. O equilíbrio é fundamental.

* June Gruber é professora de psicologia na Universidade de Yale, nos EUA.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

As 16 leis de toda pessoa de sucesso, segundo Napoleon Hill

No começo do século XX, um dos empresários mais bem-sucedidos dos Estados Unidos, Andrew Carnegie, decidiu que queria saber quais eram os denominadores comuns entre todos os grandes homens de sucesso da época.


Para isso, contratou um jovem chamado Napoleon Hill e deu a ele a tarefa de estudar – durante 20 anos – sobre as 6 mil pessoas mais ricas e poderosas do mundo e descobrir o que elas tinham em comum. Hill não só as estudou como também entrevistou pessoalmente centenas delas, incluindo nomes como Thomas Edson, Graham Bell, George Eastman, Henry Ford, John Rockfeller, Theodore Roosevelt e Woodrow Wilson.
Depois de apresentado a Andrew Carnegie, o resultado do trabalho foi transformado em um curso, no qual Napoleon Hill definiu 16 leis que todas as pessoas de grande sucesso seguiam, conscientemente ou não. Se você quer modelar alguns desses grandes nomes da humanidade, leia sobre e tente aplicar você mesmo todas essas 16 essenciais regras.
 

1. Associação com pessoas com o mesmo perfil de pensamento

 A primeira lei revela que todos os grandes homens tiveram que se associar a outras pessoas para conseguir realizar os seus objetivos. Uma vez que todos compreenderam a interdependência, buscaram principalmente pessoas que seguiam uma mesma linha de pensamento. Assim, todos trabalhavam em rapport com seus sócios.


Napoleon Hill afirmava que a união de duas ou mais mentes gerava um todo que era maior do que a soma das partes, o que ele chamou de Master Mind – ou Mente Mestra. Sozinhos, nenhum deles teria conseguido o sucesso que conseguiu.

2. Objetivo principal definido

Outro ponto que ficou bastante claro durante a pesquisa foi que todas as pessoas que realizam seus sonhos tinham um objetivo principal claramente definido em suas mentes, muitas vezes ricos em detalhes.
Muita gente diz que quer mudar de vida, mas quando são perguntadas o que realmente querem, se atrapalham para dizer. Sabem que não querem continuar do jeito que estão, mas não tem um objetivo claro de onde querem chegar, do que querem realmente mudar.
O objetivo principal na vida deve ser escolhido com um grande cuidado e, depois de escolhido, deverá ser escrito e colocado num lugar onde se possa vê-lo pelo menos uma vez por dia. Isso tem por efeito psicológico impressionar o subconsciente da pessoa de tal maneira que ela aceita esse propósito como um lema, um projeto, uma “planta” que finalmente dominará as suas atividades na vida e a guiará, passo a passo, para a consecução desse objetivo. – Napoleon Hill


Sem ter um objetivo traçado, é muito complicado realizar alguma coisa. Não devemos ser 100% orientados a metas, contudo se não tivermos um lugar para onde ir, será difícil saber como chegar lá.

3. Confiança em si próprio

As pessoas de sucesso entrevistadas demonstravam grande confiança em seu potencial. Se não para resolver o problema, para saber quem chamar para resolver. A autoconfiança é essencial para quem quer empreender algo. Quem vai confiar um investimento em alguém que não demonstra segurança? Qual cliente vai comprar algo de alguém que duvida de si mesmo?


4. Economia

A quarta lei das pessoas de sucesso é o hábito da economia. Em uma tradução mais moderna, podemos dizer que educação financeira é uma das regras essenciais para quem quer obter sucesso.
Embora o dinheiro não seja a única ferramenta para medir o sucesso de uma pessoa, quando estamos falando de negócios e empresas (que era o caso da maioria dos entrevistados de Napoleon Hill), essa é sim a principal medida de sucesso.


 



O estudo mostrou que os entrevistados sabiam controlar suas finanças e assim tinham sempre dinheiro para investir em oportunidades e para arriscar empreendimentos que, se não dessem certo, também não os iria deixar no meio da rua.

5. Iniciativa e Liderança

Um outro ponto bastante claro na pesquisa foi o de que todos os entrevistados tinham um perfil de líder e não de seguidor. Todos tomaram a iniciativa de assumir o controle de suas próprias vidas, de empreender, de sair da mesmice e levar outros associados juntos no caminho.



Embora algumas pessoas realmente não tenham o perfil de liderança, acreditamos que isso pode ser trabalhado e melhorado. Para levar outras pessoas a trabalharem com você em uma iniciativa própria ou mesmo para convencer outros a comprarem seus serviços e produtos, é preciso demonstrar liderança.

6. Imaginação

Pensar fora da caixa. Essa é a sexta lei do triunfo identificada por Napoleon Hill entre os homens bem-sucedidos que ele entrevistou. Boa parte deles precisou muitas vezes usar a imaginação para pensar em um negócio que não existia, para criar uma solução na qual ninguém pensou antes, para criar coisas novas.




Existe uma série de técnicas para desenvolver a imaginação e a criatividade, mas o ponto principal é você forçar-se a mudar suas rotinas de ações e pensamentos e não ter receio de experimentar coisas novas.

7. Entusiasmo

Aqui chegamos a um ponto muito importante. Muita gente parece ter um desejo de mudar de vida, mas acaba não indo em frente. É como se faltasse o combustível para levar o carro adiante.
Segundo a pesquisa encomendada por Andrew Carnegie, esse combustível que move homens e mulheres rumo a grandes descobertas e empreendimentos é o entusiasmo. Grande parte dos maiores realizadores do mundo eram absolutamente apaixonados por seus objetivos principais definidos, a ponto de isso despertar neles grande entusiasmo para seguir em frente mesmo quando todas as condições pareciam adversas.
O homem geralmente triunfa com mais facilidade num campo de esforços em que se lança de corpo, alma e coração. – Napoleon Hill


Criar entusiasmo em si mesmo – literalmente viver com paixão – é um dos desafios mais intensos e prazerosos que você pode impor a si mesmo. E foi essa a razão da criação do mude.nu: despertar nas pessoas o entusiasmo por uma vida mais intensa!

8. Autocontrole

O oitavo ponto bate muito com o quinto: ter autocontrole é, na verdade, ser o líder de si mesmo. É pensar no longo prazo, avaliar as consequências de cada ação, ter a ideia exata de que tudo o que você faz ou o aproxima ou o afasta do seu objetivo principal definido.



Não ser escravo das tentações mundanas ou de estados alterados de consciência – como a embriaguez, por exemplo – é um passo essencial para quem quer estar no comando da própria vida.

9. Hábito de fazer mais do que a obrigação

Segundo Napoleon Hill, existem dois tipos de pessoas que não vão para a frente:
  1. Aquelas que não fazem o que lhes é pedido
  2. Aquelas que só fazem o que lhes é pedido


Se você quer se destacar em sua área de atuação, precisa criar o saudável hábito de andar a milha extra: sempre fazer mais do que lhe pedem, sempre fazer mais do que é obrigado a fazer. Do contrário, você será apenas uma pessoa mediana, igual a tantas outras.

10. Personalidade atraente

Os negócios são resultados diretos de interações humanas. Cultivar uma personalidade atraente é ser uma figura agradável, simpática, bem apresentada. Não estamos falando aqui de padrões de beleza e sim de comportamentos que o tornem uma companhia agradável para os outros.



Existem pessoas que não fazem a menor questão de serem simpáticas. Elas estão no direito delas, porém para quem quer levar sua carreira a patamares mais altos, além de competência, é preciso ser uma companhia no mínimo agradável.

11. Pensar com Exatidão

Ter foco é outra lei essencial para quem quer obter sucesso. Devemos aprender a dirigir os nossos pensamentos somente para os assuntos, fatos e informações que, de alguma forma, nos deixarão mais próximos de nosso objetivo principal definido.



A meta é passar a raciocinar dedutivamente, apenas com base em fatos comprovadamente verdadeiros, que possuam importância real e que sejam úteis de alguma maneira.

12. Concentração

Esse ponto parece ser muito mais difícil hoje em dia do que na época em que a pesquisa foi realizada. Isso porque hoje boa parte da humanidade sofre com distúrbios de déficit de atenção. As novas tecnologias e seus processos multitarefas nos oferecem tantas coisas que cada uma delas recebe apenas uma pequena fração da nossa atenção. O resultado são trabalhos mal-feitos, falta de foco, sensação de excesso de informação e um grande sentimento de frustração.



A saída aqui é treinar a própria mente para pensar com exatidão. Técnicas de meditação e o hábito de lidar com apenas uma coisa de cada vez, com foco total, são úteis para esse tipo de treinamento.

13. Cooperação

Além de se associar com pessoas com a mesma linha de pensamento, os homens de sucesso entendem que a cooperação é o melhor caminho para a realização pessoal e coletiva. Isso inclui ver os concorrentes apenas como outros players do mercado, não como inimigos. Significa ver os funcionários não como escravos, mas como pessoas que estão colaborando para tornar o seu sonho realidade.
A cooperação deve se dar em todos os níveis, pensando não somente no interesse próprio, mas também no bem-estar das pessoas com quem você se relaciona.



14. Fracasso

Como o fracasso pode ser uma das leis do sucesso? É simples: todas as pessoas que atingiram uma grande realização na vida, fracassaram algumas vezes antes. Na verdade, como diria Thomas Edson, aprenderam maneiras de “não inventar a lâmpada”.



O fracasso deve ser visto como um grande aliado. Cada vez que você falha, você descobre uma maneira de não realizar o seu objetivo. Elimina um caminho. Continue fazendo isso até você achar a trilha ideal.
Anthony Robbins em seus treinamentos pergunta: quantas vezes você deixaria o seu filho cair antes de desistir de ensiná-lo a andar? As pessoas respondem com simplicidade: ora, ele vai cair até conseguir andar. E aí está a fórmula mágica do sucesso! Não existe maneira de fracassar, apenas de aprender como não chegar lá.


15. Tolerância

Para lidar com o fracasso, com as limitações de outras pessoas e as suas próprias, com as adversidades que a vida nos impõe, é preciso ter uma boa dose de tolerância e paciência.
Você já deve ter percebido que não existe ninguém no mundo que consiga ter todas as coisas sob controle. Coisa que queremos não acontecem. Coisas que não queremos acontecem. O segredo é nos desapegar de querer controlar tudo e ter tolerância e paciência para ir acertando e errando até chegar onde queremos, seguindo sempre em frente.


A maior recomendação que alguém que está buscando uma melhoria na qualidade de vida pode receber é a de aproveitar toda a jornada, não apenas a realização da meta. O momento em que você realiza o objetivo é muito fugaz perto de todo o caminho que você tem para percorrer até ele.
Se você condicionar sua felicidade somente à realização dos objetivos, estará se condenando a uma vida triste.

16. Fazer aos outros aquilo que quer que seja feito a você mesmo

Conhecida como A Regra de Ouro, essa lei é usada em grande parte das religiões e filosofias de vida já criadas no mundo. Se ela fosse realmente levada a sério, viveríamos um mundo bem melhor.



No momento em que você percebe que somos todos – seres vivos e meio-ambiente – uma única rede interdependente, que a ideia de eu como uma coisa distinta e independente nada mais é do que uma ilusão, aí, meu amigo, temos uma grande oportunidade de nos libertarmos de padrões limitadores. Tratar as outras pessoas como a si mesmo é um passo importante para essa compreensão.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Educar para transformar

A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. A frase é de um dos maiores pensadores da pedagogia do Brasil e do mundo, Paulo Freire, falecido em 1997. Com sua saga para levar o ensino e a consciência crítica aos mais necessitados, ele serve de inspiração para uma geração de professores. Um de seus discípulos é o filósofo, autor de livros como a “A Escola e o Conhecimento” e “Não nascemos prontos”, mestre e doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde é professor titular do Programa de Pós-Graduação em Educação (Currículo), Mario Sergio Cortella, de quem Freire foi orientador no mestrado. Assim como Freire, Cortella enxerga na educação muitas saídas para problemas da sociedade. Porém, critica o fato de inúmeras famílias transferirem sua responsabilidade para as instituições escolares. Ele fala ainda da questão escola pública versus particular e como a educação está vinculada à ética, mídia, religião e tecnologia. Leia, a seguir, a entrevista com o filósofo.


Há muito tempo, a escola deixou de lado sua função primeira de educar para assumir também o papel social. Dentro do contexto filosófico, qual o peso de cada instituição nessa formação?

Mario Sergio Cortella – Outro dia, um pai de aluno me perguntou: “qual o senhor acha que deve ser o papel da família para colaborar com a educação dos nossos filhos na escola?”. Eu disse a ele, com todo o respeito, que havia um equívoco na formulação da questão, porque não cabe à família colaborar com a escola na educação, mas exatamente o contrário, é a escola que colabora, a família é responsável. A escola assumiu muitas tarefas nos últimos 20 anos, especialmente a escola pública, porque ela é parte da rede de proteção social e, por isso, desempenha tarefas do Estado, entre elas a proteção à vida, segurança e liberdade dos indivíduos. Por isso, cabe sim à escola oferecer educação para o trânsito, ecológica, sexual e até alimentar. Mas não cabe ao Estado, via escola pública, substituir a responsabilidade que a família tem, a menos que ela esteja em situação de descuido total. Cabe à instituição promover a autonomia, a solidariedade e a formação crítica, mas a responsabilidade principal continua sendo da família e ela não pode se eximir disso.

Você defende que a escola pública traz mais benefícios aos indivíduos, já que, nas instituições particulares, há uma grande inclinação ao capitalismo e à concorrência. Mas todos nós sabemos que, na escola pública, as crianças ficam abandonadas à própria sorte...

MSC – Depende da escola. Uma parcela das escolas privadas tem um nível mercantil, no sentido puro e simples, outras, não. O foco não deve ser escola pública versus escola particular, mas sim escola boa versus escola ruim. Nós temos escolas públicas de nível bastante elevado e outras, precário. A mesma coisa vale para a escola privada. Porém, existe uma lista imensa das particulares que são facilmente ultrapassadas pelas públicas de nível mediano. Então, não podemos cair nessa armadilha. Vale lembrar que a escola privada no Brasil só representa 13% do total. Quando estamos falando em educação escolar no Brasil estamos nos referindo aos 87% da rede pública. Por isso, é necessário que os governantes tenham um compromisso real com a educação, com a realização de avaliações e exames periódicos, de maneira que o País possa dar os passos para a saída da indigência. Apesar de, muitas vezes, o compromisso que vários dizem ter com a educação ser meramente conveniente e eleitoral, nos últimos 15 anos, seja na gestão do Fernando Henrique Cardoso ou do Lula, demos início a esse processo. Fazer isso com eficiência, entretanto, exige parcerias com o mundo da sociedade privada, compromisso dos empresários, além da atenção de pais e mães como cidadãos.

Por mais que a família e a escola sejam atuantes na formação do indivíduo, não podemos renegar a relevância da mídia como fator de influência na vida das pessoas. E muitas vezes, por sinal, ela orienta de forma errada. Em sua opinião, qual a solução para esse dilema?

MSC - A mídia de natureza privada é majoritária no Brasil, mas, se nos referirmos aos meios de comunicação, ela é uma concessão do Estado. Por isso, cabe a ele, dentro dos níveis da democracia, fazer não a censura, mas exigir que sejam cumpridos os elementos indicados nessa concessão pública. Por outro lado, os meios de comunicação se sustentam à base de publicidade. Isso significa que há um papel forte dos proprietários da mídia para que ela caminhe em direção da ética e da decência e auxilie na elevação das condições de vida e de consciência de uma nação. Contudo, é necessário que o cidadão, se detectar em determinado tipo de mídia um encaminhamento negativo de valores, uma deformação dos conteúdos éticos, um consumismo e materialismo devastadores, boicote não só o veículo como os produtos que o financiam. Eu, por exemplo, não compro qualquer marca de cerveja que utilize sexismos em suas mensagens. Além de não comprar, divulgo a minha posição. Mas não basta que eu me recuse isoladamente, é preciso que eu junte mais gente nessa mesma lógica. Esta também é uma maneira de educar a mídia para que ela caminhe em uma direção de decência.


Além da falta de ética verificada na mídia, tal característica pode ser encontrada em muitos outros setores, principalmente na política, como temos visto nos últimos anos, ou até mesmo em pequenos gestos familiares, com pais que ensinam determinado conceito, mas não dão o exemplo. Como ensinar o que é ética no mundo-cão que vivemos hoje?

MSC - A primeira coisa é recusar o mundocão. Recusar não significa não estar nele, mas recusar os valores que ele coloca. A família é essencial nessa postura e, de forma sequencial, a escola, a mídia e a igreja. Essas quatro instituições sociais têm uma presença enorme na vida das pessoas e também a tarefa de formação de valores que não se subordinem à ética da patifaria e da malandragem. Por outro lado, ética não é uma questão de princípios falados, e sim de natureza exemplar. É necessário lembrar que não é o outro que deve dizer o que eu devo fazer e sim as minhas convicções. O fato de todos fazerem algo errado, não me obriga a fazê-lo, mas me coloca a escolha de fazê-lo. Não se deve confundir ética com cosmética. Ética não pode ser uma coisa de fachada, seja na família, mídia ou escola. Nós temos partes podres na nossa vida social, mas elas ainda são minoritárias, mesmo tendo um grande impacto. Há milhares e milhares de homens e mulheres que são decentes e não podem ser reféns daqueles que não o são.

Está clara a proximidade entre a frágil educação e a criação de pessoas alienadas e submissas. Você acredita que este quadro vai mudar um dia? Qual a solução para uma sociedade na qual os alunos espancam professores? Em sua opinião, quais os fatores que desencadearam tal situação de desrespeito e insubordinação?

MSC – Não existe uma única causa e nem um único sujeito. Eles são múltiplos. Há a responsabilidade da família quando ela implanta a aceitação da violência nas relações, principalmente quando as crianças e jovens veem que a maneira de resolver conflitos dentro de casa é por meio da violência. Maus exemplos no dia a dia vão formando personalidades que supõem que a saída para a violência seja mais violência. Eu enxergo um cenário que precisará ser positivo. São necessárias ações cotidianas para que essas pontes para o futuro sejam criadas. A escola, por exemplo, não cria violência sozinha, apenas reproduz a violência dentro dela. Mas também pode ser um meio de diminuí-la se atuar com conteúdos que ofereçam sentidos à vida dos alunos. Só há uma solução para o problema: o enfrentamento da situação por intermédio de um mutirão de responsabilidade, que deve envolver a família, a escola, a igreja e a justiça. Muitos se omitiram, são complacentes e deixaram os professores reféns nas escolas sem se preocupar, sem participar das reuniões, sem olhar o que seus filhos estão fazendo e o resultado é esse. Algumas coisas na vida é melhor começar cedo antes que seja tarde.

Ainda em relação à educação, muitas vezes as crianças não sabem mensurar questões sobre minorias como pobres, negros, índios, entre outros, e acabam sendo agressivas. Como o ensino da filosofia, dentro da questão ética, pode ajudá-las em uma mudança de comportamento?

MSC - Se o ensino da filosofia trabalhar com a noção/ideia de pluralidade cultural, diversidade de vida e multiplicidade étnica, fará com que haja a compreensão do respeito à diversidade. Do outro lado, é preciso lembrar que essas minorias nas quais nos referimos são de poder e não numéricas. Pobres, negros, mulheres, homossexuais, entre outros, precisam ser tratados, no campo da ética e do ensino da filosofia, dentro do conceito que eu chamo de antropodiversidade. Lidamos muito com o conceito de biodiversidade, mas também é preciso introduzir a ideia de diversidade humana. Nessa direção, o ensino da filosofia não tem a exclusiva tarefa de fazer essa conversão, mas tem a força de oferecer fundamentos para que se pense, no campo da história humana e da reflexão filosófica, o lugar da diversidade.


A má educação das crianças muitas vezes leva ao quadro que todos nós estamos acostumados a ver, com a população carcerária crescendo a cada dia. Como você vê esse assunto?

MSC – João Guimarães Rosa já dizia que o sapo não pula por boniteza e sim por precisão. Não é que um dia talvez a gente consiga fazer isso, a gente tem que fazer. Atualmente, o Ministério Público e os Conselhos Municipais e Estaduais da Criança e do Adolescente, em parceria com o Estado, trabalham com ações nessa direção. O fato de haver uma população carcerária extensa não é um sinal de fim dos problemas. Haja vista que o país que tem a maior população carcerária do mundo são os Estados Unidos e ainda sim é uma sociedade na qual a temática da violência, do menor infrator e do consumo de droga não foi eliminada. Não é apenas o enclausuramento de parte da população que resolve isso, mas sim uma melhor distribuição de renda, boas políticas habitacionais, a capacidade de oferecer uma boa educação escolar, ofertas mais dignas de trabalho, é isso que conseguirá dar conta dessa questão. O adolescente infrator não nasceu assim e não é infrator por um gosto. A infração tem explicações. O que não se tem é uma justificativa. Eu não vou justificar o latrocínio cometido por um menino de 16 anos dizendo que ele veio de uma família pobre. Isso não justifica, mas ajuda a explicar. A pobreza não torna justa a violência, mas torna clara partes das razões para isso. É importante frisar que a infração não é exclusiva do mundo da pobreza. Há um índice elevado de pessoas com condições econômicas favoráveis que também praticam a infração e a agressividade. O adolescente infrator será sempre resultado de uma sociedade que descuida das suas crianças e jovens. É preciso terminar esse ciclo de vitimação: a sociedade abandona, cria uma vítima que é a criança, e essa mesma criança cria outras vítimas quando começa a furtar, roubar, violentar, assassinar. É preciso, mais uma vez, recusar, se juntar, enfrentar e quebrar o vício de supor que isso é normal.


E em relação à tecnologia? Como você enxerga o uso dessa ferramenta desde cedo por todas as crianças, influenciando de forma direta na educação?

MSC - As ferramentas e tecnologias são extensões da capacidade do nosso corpo. O computador permite que eu faça coisas que um ser humano até faria, mas que talvez demorasse milhões de anos. Isso significa que ela em si não exige que nenhum critério ético seja pensado, ela não é boa ou má por si mesma. Assim como uma faca pode servir para cortar um pedaço de queijo e repartir com você como para feri-la ou ameaçá-la. O problema não está na faca, mas na intenção daquele que a usa. A tecnologia, por ser uma ferramenta, está conectada à filosofia em toda a história. O livro foi e ainda é a grande tecnologia de uso da filosofia. Hoje, os computadores, os leitores de texto e a utilização de tecnologia digital para a mídia servirão para o bem se a intenção for para o bem. Ela muda modos de pensar e de fazer, mas, enquanto a gente não tiver a independência das máquinas, enquanto as máquinas não forem livres de humanos, nós continuaremos sendo os responsáveis. As crianças não usam a tecnologia desde pequenas, elas vivem com a tecnologia tal qual eu cresci entre livros, são nativas digitais. Do ponto de vista da filosofia, não há o errado nem certo. Isso dependerá da intenção de quem produz, usa e dissemina a tecnologia.

Como você encara a questão da cota para negros? A medida não ajuda ainda mais a disseminar, mesmo que de forma velada, a questão do preconceito?

MSC - Eu sou absolutamente favorável à cota para afrodescendentes como medida emergencial e urgente, mas ela tem que ser provisória, até que se consiga dar uma equanimidade às oportunidades em um país que apenas há 121 anos fez a abolição formal da escravatura e que até hoje entende o negro como um serviçal, com ocupações de natureza inferior. Desse ponto de vista, a cota para afrodescendentes é mais ou menos como uma UTI em um hospital. Ninguém, em nome da igualdade, diz que se deve extinguir as UTIs nos hospitais. Ela existe para quem está em situação mais precária e a precariedade maior no Brasil é para os pobres e quase a totalidade da população pobre é negra. É preciso lidar com os fatos. Quanto às cotas poderem gerar preconceito, quem já é preconceituoso, não deixará de sê-lo ou passará a sê-lo se não o for. Aliás, as pesquisas mostraram que, aqueles que são cotistas, tiveram um desempenho acadêmico nas universidades superior ao dos não cotistas nos últimos cinco anos. Quais são os contras das cotas? Se elas se tornarem uma política permanente, porque, neste caso, ela deixa de ser uma atenção especial para se tornar um privilégio. No momento, ela funcionará como uma UTI, não porque afrodescendentes sejam inferiores, mas porque sendo tratados como inferiores, precisam ser elevados. Como disse um dia Martin Luther King , assassinado em 1968, nessa corrida, os negros partiram com 300 anos de atraso. É preciso fazer políticas de compensação para esse atraso histórico.

E se o Brasil deixasse de ser um Estado laico para ter uma religião obrigatória? Você acredita que muitas situações como, por exemplo, o aborto, ocorreriam em menor escala? Como você acha que essa discussão deveria ser guiada no Brasil?

MSC - O Brasil é um país laico desde 1889. A possibilidade de deixar de ser é remota. Não é impossível, porque na história nada é impossível. O número de países que não são laicos no planeta não é tão grande. Se nós observarmos Estados não laicos, nós temos o Irã que indica a presença da religião com maior força, alguns países no mundo islâmico, parte do Estado de Israel, então não há quase essa presença de religiões obrigatórias no mundo. Sobre a questão do acordo, há muitas religiões que não o recusam, portanto, se nós dependermos da hipótese de ter uma religião obrigatória, a condenação ou não dependeria da religião obrigatória. Se for a católica, o aborto continuaria sendo negado. Se for alguma religião cristã de outra natureza, há várias delas que não são contrárias ao aborto. Se for a religião judaica, dependerá do grupo de judeus: os ortodoxos não aceitam o aborto, outros aceitam. Portanto, dependerá sempre da perspectiva religiosa. Agora, o debate sobre o aborto no Brasil não é embasado apenas na questão religiosa. Você tem várias pessoas que não têm nenhum tipo de fé religiosa e que dizem ser contrárias ao aborto por supor que, desde o início, já se tem uma vida que não pode ser tirada. Você não necessariamente vincula a religião a isso. A noção de bioética não é necessariamente religiosa. É que no Brasil, os grupos de oposição a algumas questões ligadas ao controle de natalidade, ao aborto livre, à utilização de preservativo, à pesquisa com células-tronco, têm uma força maior ligada à religião, inclusive porque são poucas as pessoas que não têm um sentimento religioso. Nesse ponto de vista, um Estado laico em si não impede que uma religião tenha presença.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

As respostas que vêm dos sonhos

Formações oníricas são modos de pensar em nossas preocupações capaz de favorecer a inspiração

por Deirdre Barrett


Há muito tempo os teóricos vêm tentando explicar a razão dos sonhos. Sigmund Freud mostrou que essas formações psíquicas expressam basicamente desejos reprimidos, ou seja, impulsos sexuais infantis e agressivos, e podem ser um caminho privilegiado para instâncias da mente às quais não costumamos ter acesso. Há também casos em que elas nos ajudam a elaborar vivências traumáticas ou situações relacionadas a disputas narcisistas, podendo surgir como compensação de sentimentos de inferioridade – o que também se enquadraria na satisfação de desejos. Recentemente, médicos e psicólogos propuseram que os sonhos simulam ameaças ou ajudam a consolidar memórias – hipóteses que não põem em xeque a genialidade das constatações freudianas. Nenhuma teoria, porém, é suficientemente abrangente para dar conta de tantas nuances que caracterizam alguns sonhos. Exatamente como nosso pensamento oscila entre reminiscências, planejamento, reflexão etc., quando acordados, o sonho também engloba vários desdobramentos.



Antigos teóricos acreditavam que nos lembrávamos de tudo o que sonhávamos – algo que hoje sabemos não ser verdade. Várias hipóteses propunham que as pessoas sonhavam apenas quando alguma situação específica disparava um conjunto de sensações distintas – desejo sexual, por exemplo, ou ego ferido. Nos anos 50, no entanto, estudos inovadores realizados por Eugene aserinsky e Nathaniel Klietman, ambos da Universidade de chicago, mostraram que sonhamos muito mais do que provavelmente conseguimos recordar. Os dois pesquisadores descobriram que o sono é formado por ciclos de aproximadamente 90 minutos – cada um com um período de rápido movimento ocular (REM, na sigla em inglês) e intensa atividade cerebral.

Quando as pessoas são despertadas perto do fim do período REM, elas se referem, em média, a cinco sonhos por noite. A discrepância entre os relatos daqueles que foram despertados logo depois da fase REM e de outros acordados mais tarde levou os cientistas a concluir que os sonhos quase sempre acompanham essa etapa do sono, mesmo que as pessoas não se lembrem deles pela manhã.

Nas duas últimas décadas, a tomografia de emissão de pósitrons (pET, na sigla em inglês) permitiu visualizar áreas do cérebro mobilizadas durante o sonho. Uma das coisas que os especialistas notaram num primeiro momento foi que durante o sono é mais fácil “ligar” e “desligar” certas áreas neurais que outras. Partes do córtex associadas a imagens visuais e percepção do movimento são ativadas até mais fortemente que quando estamos acordados, assim como acontece com certas regiões profundas do cérebro associadas à emoção. Em contraposição, o córtex pré-frontal dorsolateral é menos solicitado durante o sono e está mais associado à ação volitiva e à capacidade de avaliar o que é lógico e socialmente apropriado. Os resultados das tomografias se ajustam bem às características dos sonhos. Relatos de experiências oníricas quase sempre apresentam imagens associadas a movimento. As descobertas a respeito das regiões préfrontais estão em perfeito acordo com a ideia de que nos sonhos há “menos censura” – não só no sentido da repressão da sexualidade e dos impulsos agressivos, mas também na filtragem de cenários que parecem ilógicos ou anormais.

Uma mãozinha para os sonhos

Sonhar intencionalmente com determinado problema – processo chamado de incubação – aumenta as chances de vislumbrarmos pistas para resolvê-lo. O termo “incubação” foi tomado por empréstimo de antigas práticas gregas executadas no templo de Esculápio (ou Asclépio), onde, em sonho, os doentes buscavam curar suas enfermidades. A psicologia occidental sugere que podemos procurar interferir nesse processo de forma consciente seguindo alguns passos:

1) Na hora de dormir, escreva resumidamente a questão que o aflige, de preferência numa frase curta, e coloque a anotação perto da cama. Mantenha também papel e caneta – e até uma lanterna ou luminária – ao lado dela.

2) Imagine-se sonhando com a situação que deseja resolver, acordando e anotando tudo num papel. Recapitule o problema por vários minutos antes de se deitar.

3) Já deitado, pense no problema que quer resolver, se possível evocando uma imagem concreta, uma cena.

4) Enquanto começa a adormecer, repita para si mesmo que quer sonhar com essa questão.

5) Ao despertar, permaneça imóvel por alguns segundos antes de se levantar. Tente se lembrar de ter sonhado e recapitule ao máximo os detalhes do sonho.

6) Escreva tudo de que se lembrar. Primeiro registre as palavras-chave que expressem o que for mais importante, depois inclua outras informações.

UMA DICA: Se quiser adotar um procedimento mais elaborado, disponha objetos relacionados ao problema na mesinha de cabeceira ou na parede em frente à cama (se estiver em dúvida sobre um relacionamento, por exemplo, use uma foto da pessoa com quem está envolvido). Mais que a presença desse tipo de objeto, o ritual e a concentração ajudam a estabelecer o foco de atenção.

Pesquisas mostram que em breve as pessoas aprenderão a dirigir produções psíquicas – e, por que não, também bioquímicas – para encontrar soluções. Afinal, dois Prêmios Nobel se inspiraram assim. Mas se você decidir deixar seu cérebro ressonando em paz, preste atenção: depois de adormecer, é muito provável que o estado alterado de consciência já esteja trabalhando a todo vapor. Mesmo que você não perceba.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

Inteligência emocional não é tudo

O americano que popularizou um dos conceitos mais inovadores da psicologia diz que suas ideias foram distorcidas e banalizadas


INDULGÊNCIA, NÃO O americano Daniel Goleman, que popularizou o conceito de inteligência emocional. Ele não  acha que simpatia basta para obter sucesso:  “O esforço é fundamental”  (Foto: divulgação)

Há 16 anos, quando lançou o livro Inteligência emocional, Daniel Goleman, de 65 anos, transformou a área de psicologia nas empresas, ao contrariar a ideia de que o Q.I. era a melhor maneira de testar as habilidades humanas. No livro, Goleman popularizou a tese de que o talento para cativar colegas de trabalho e motivar equipes é tão ou mais importante que habilidades cognitivas, como memória ou talento para a resolução de problemas. Partindo dessa premissa, as principais companhias do mundo adotaram o conceito para criar ambientes de trabalho mais agradáveis e menos agressivos – e as famílias passaram a olhar com otimismo para o garoto ruim de matemática, mas excelente em fazer amigos. Hoje, Goleman afirma que o conceito de inteligência emocional ganhou uma conotação indulgente e preguiçosa. “Basta entrar na internet para ver como há especialistas vendendo a ideia errada sobre o assunto”, disse Goleman a ÉPOCA. “As pessoas passaram a acreditar que a habilidade para se relacionar encobriria qualquer falha técnica.” A seguir, a entrevista com ele.

O Q.I. é muito importante
para conquistar um emprego. A inteligência emocional é fundamental para crescer na profissão

ÉPOCA – Por que o senhor diz que as pessoas não entenderam o conceito de inteligência emocional?
Daniel Goleman –
Existe muito especialista vendendo a ideia errada sobre a habilidade de usar as emoções a seu favor e de compreender as outras pessoas. Não me atrevo a citar nomes, mas basta você entrar na internet para ver como existem equívocos sobre esse assunto. Essas pessoas dizem que a inteligência emocional é responsável por 80% do sucesso. Mas, na realidade, isso não é verdade. Elas estão distorcendo o conceito e suas implicações na carreira e na vida pessoal. Estão manipulando os dados das pesquisas que usei em meu livro Inteligência emocional, de 1995, que colocou o termo em voga. A inteligência emocional não é tudo.

ÉPOCA – Qual é sua verdadeira importância?
Goleman –
Os pesquisadores concluíram que o quociente intelectual (Q.I.), uma medida das habilidades de raciocínio, é responsável por algo entre 10% e 20% do sucesso profissional. Isso significa que os outros 80% são influenciados por diversos fatores, como o tipo de formação, o apoio da família e até a sorte. A inteligência emocional está nesse bolo também, é só mais um elemento do grupo. É uma grande bobagem achar que ela resolve tudo. Mas, como as pessoas precisam acreditar em maravilhas, apegam-se a isso.

ÉPOCA – Por que esse conceito se tornou atraente?
Goleman –
A inteligência emocional é uma habilidade que pode ser aprimorada. As pessoas podem aprender a controlar suas emoções. É um conforto saber que essa forma de inteligência, apontada como fundamental para se tornar um alto executivo, é algo que você pode controlar, que depende do seu esforço. O Q.I. é uma inteligência genética, imutável. Uma pessoa de baixo Q.I. será sempre uma pessoa de baixo Q.I. Por isso, com base no conceito de inteligência emocional, podemos pensar que nem tudo está perdido caso não sejamos privilegiados com um alto Q.I.. Esse pensamento tem um fundo de verdade e nos permite ter mais esperança – mas não pode ser usado como consolo para tudo.

ÉPOCA – Dizer que o Q.I. é tão importante e imutável não soa como discriminação?
Goleman –
O Q.I. importa muito para saber que carga de complexidade podemos assumir em nosso emprego. Um alto executivo ou um físico normalmente precisam ter um Q.I. mais elevado. A inteligência emocional só entra em cena depois, quando esses profissionais já conquistaram um emprego e se firmaram desempenhando suas funções. Nesse estágio, a inteligência emocional – a maneira como eles vão encarar as tarefas e lidar com seus chefes e subalternos – se torna importante para determinar o quanto mais eles subirão na carreira.

ÉPOCA – Então o conceito de inteligência emocional é usado para encobrir falhas em outros tipos de competência?
Goleman –
Sim, em alguns casos. Por exemplo: hoje sabemos que um aluno disléxico, com problemas para ler e escrever, pode ter notas baixas na escola por causa dessa dificuldade. Mas isso não significa que ele não terá sucesso na vida. Ele pode se tornar um profissional formidável na vida adulta por causa de seu traquejo social, de sua
perseverança e de sua capacidade de produzir fortes alianças, o que fará dele um homem de negócios brilhante. O problema é que costumam interpretar casos como esse de uma maneira preguiçosa, como se eles não tivessem de se esforçar para ter competências técnicas, de raciocínio. A inteligência emocional se encarregaria de trazer sucesso profissional. Ninguém vai longe única e exclusivamente por causa da inteligência emocional. Nunca disse isso.

ÉPOCA – O senhor quer dizer que o conceito de inteligência emocional deu a ilusão de que é possível vencer sendo preguiçoso?
Goleman –
É importante deixar claro que esse conceito não é desculpa para a preguiça. Quem o conhece bem sabe disso. Alguém emocionalmente inteligente tem quatro características básicas: traquejo social, autoconhecimento, empatia e, acima de tudo, perseverança. Nas empresas, o conceito de inteligência emocional virou moda, e isso não trouxe consequências negativas. Pelo contrário: ajudou a criar ambientes mais agradáveis e produtivos. Pelo que tenho observado nos Estados Unidos, em países da América Latina, Europa e Ásia, os executivos são contratados, quase sempre, por seu talento e inteligência, mas na maioria das vezes são demitidos por problemas de relacionamento. Poucas vezes por incompetência. As empresas especializadas em recrutamento têm procurado saber, nas demissões por problemas de comportamento, o que exatamente causou a demissão, para não cometer o mesmo erro nas próximas indicações de profissionais.

ÉPOCA – Mas privilegiar um funcionário com mais traquejo social do que capacidade intelectual não acarreta queda de produtividade?
Goleman –
As empresas não estão abrindo mão da inteligência e do talento em nome da boa convivência. Elas estão aliando bem os dois conceitos. Sabem que, se compararem duas pessoas com o mesmo Q.I., mas com diferentes quocientes emocionais, certamente o profissional mais agradável e controlado irá mais longe. O que faz um profissional inteligente se tornar brilhante é o fato de saber cativar os outros, ser um líder que motiva.

ÉPOCA – Esse é um aprendizado que deve começar cedo?
Goleman –
Acredito piamente nisso. Não vejo o controle de emoções como algo negativo. Não se trata de tolher ninguém, mas de ensinar como lidar com emoções que existem. Conceitos como autocontrole, senso de responsabilidade e o desenvolvimento da autoestima podem ser ensinados tanto a uma criança de 8 anos quanto a um adolescente de 16 anos. Tenho visto instituições que já começam a ensinar esses conceitos na pré-escola e acho isso formidável. É uma ótima fase para se incutir esses pensamentos. Há programas para encaixar essa matéria na grade curricular normal e não leva mais de uma semana para os professores aprenderem a ensinar os alunos. Mas essas escolas são minoria. Ainda não dá para imaginar que a inteligência emocional vá ser ensinada com matemática ou idioma pátrio.

ÉPOCA – Muitos especialistas justificam a ascensão das mulheres no mercado de trabalho porque elas teriam mais inteligência emocional que os homens. Eles estão certos ou é outra distorção do conceito?
Goleman –
Estudos têm mostrado que as mulheres têm maior inteligência emocional que os homens, mas não sei até que ponto isso é verdade. É preciso tomar cuidado com generalizações. As pesquisas sugerem que as mulheres têm habilidades como empatia mais desenvolvidas. Por outro lado, homens são mais autoconfiantes e sabem gerenciar melhor situações de estresse. Sou a favor de que as mulheres sejam promovidas a cargos de chefia, claro, mas a avaliação deve passar longe do gênero.

ÉPOCA – O senhor se considera responsável de alguma maneira pelas distorções associadas ao conceito de inteligência emocional?
Goleman –
Ajudei a popularizar o termo, lancei-o ao mundo e é natural que ocorram desvios. Mas é entristecedor ver gente usando o conceito da maneira que mais lhe agrada, mesmo que não tenha nada a ver com a ideia original. Não posso responder pela livre e equivocada interpretação dos outros. O que está a meu alcance? Explicar para cada pessoa no mundo que a inteligência emocional não pode ser instrumento de autoindulgência nem desculpa para a falta de esforço? Impossível. Apesar disso, hoje, 15 anos depois, avalio os prós e os contras e vejo que o saldo dessa conta ainda é positivo. Cada vez que viajo para um lugar diferente fico feliz em saber que minhas ideias ajudaram a tornar o ambiente de trabalho mais saudável. Muita gente me conta que aprendeu a se relacionar melhor com outras pessoas depois de ler meu livro. Isso é recompensador.

ÉPOCA – O senhor é emocionalmente inteligente?
Goleman –
Nunca medi, mas acredito muito na opinião das outras pessoas. Não vou dizer qual é essa opinião. Isso você tem de perguntar a minha mulher.