sábado, 30 de julho de 2011
A parábola e a verdade
Os pastores de Arcádia (1638-39) Nicolas Poussin
Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.
E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.
Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.
— Verdade, por que você está tão abatida? — perguntou a Parábola.
— Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! — respondeu a amargurada Parábola.
— Que disparate! — Sorriu a Parábola. — Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.
Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.
(Conto Judaico)
O ser humano no decorrer da história da humanidade sempre procurou dar conta da realidade, mas quando se trata da verdade nua e crua não conseguem encara´-la, tentam disfarçá-la com roupagens que pertencem ao imaginário.
A verdade e a parábola são úteis em nosso cotidiano, em casa, no trabalho, reuniões; por tratar de valores e ter o poder de transformar vidas.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
A visão de um poeta e dramaturgo: Bertold Brecht (1898-1956)
Aprenda o mais simples! Para aqueles
cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!
Aprenda o ABC; não basta, mas
Aprenda! Não desanime!
Comece! É preciso saber tudo!
Você tem que assumir o comando!
Aprenda, homem no asilo!
Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda, ancião!
Você tem que assumir o comando!
Freqüente a escola, você que não tem casa!
Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.
Você tem que assumir o comando.
Não se envergonhe de perguntar, camarada!
Não se deixe convencer
Veja com seus olhos!
O que não sabe por conta própria
Não sabe.
Verifique a conta
É você quem vai pagar.
Ponha o dedo sobre cada item
Pergunte: O que é isso?
Você tem que assumir o comando.
(Bertold Brecht, Elogio do aprendizado, In: Poemas 1913-1956, São Paulo, Brasiliense,
1986, p.121)
O “Elogio do aprendizado”, de Bertold Brecht, apresenta a mesma perspectiva da dúvida que liberta. Esta atitude reflexiva e questionadora da realidade pode ser relacionada com o texto propriamente filosófico, mostrando que a poesia também pode provocar questionamentos e atitudes filosóficas. O poema, ao suscitar o exercício do perguntar e do “assumir o comando”, coloca o desafio de se ter uma postura crítica diante dos acontecimentos. Bertold Brecht é um dos autores alemães mais importantes do século XX, especialmente nas suas facetas de dramaturgo e de poeta. De formação marxista, dava grande importância à dimensão pedagógica das suas obras de teatro: contrário à passividade do espectador, sua intenção era formar e estimular o pensamento crítico do público.
Fonte: Filosofia – Volume 5- Propostas de Planos de Curso e Atividades,/Governo do Estado de São Paulo/Secretaria de Educação/Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas, 2006
Mandela - para refletir
Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além da conta.
É nossa luz, não nossas trevas, o que mais nos assusta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, grandioso, talentoso e famoso?"
Na verdade, quem não somos?
Você é uma criança de Deus. Seu jogo despretencioso não serve ao mundo.
Não há nada de errado com o retrocesso, assim as pessoas não se sentem inseguras com você.
Nascemos para manifestarmos a glória de Deus dentro de nós. Não apenas dentro de alguns de nós, mas em todos nós.
E quando deixarmos nossa própria luz brilhar, conscientemente daremos às pessoas permissão para fazerem o mesmo.
Quando tivermos nos libertado de nosso medo, nossa presença automaticamente libertará os outros'.
Nelson Mandela
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Escritor, o feiticeiro das palavras
Por Ricardo Gondim
O escritor é desalmado que ciranda com sentimentos alheios. Para escrever de verdade, nunca considera os danos que possa causar. E quando pensa no bem que espalha, imagina-se incapaz.
O escritor é doído. Não conheço nenhum que nunca apanhou de mentores, professores, gramáticos. Esmagados no cadinho do sofrimento, muitos passaram fome; conhecem as bordoadas da vida. Quem não se vale do próprio sangue para desenhar palavras, produz textos insípidos e inodoros. Texto parido sem dor é pinto de incubadora.
O escritor é desvairado. Suas divagações, personagens e mundos não passam de maluquices; mas que maluquices! De onde vem a imaginação que o faz delirar? No transe, enxerga o imperceptível, navega no mistério, descreve o insólito, adensa o intangível. Quem lhe deu faro fino para narrar, com precisão, as contradições na alma humana? Por que suas estórias parecem histórias?
O escritor é porta-voz do sobrenatural. Impossível não suspeitar que por detrás dos melhores textos não haja pacto escondido, eleição misteriosa. Todo o escritor é possesso. Forças estranhas, aliás, estranhíssimas, o dominam. Esse deve ser o motivo de tanta perseguição aos livros. Ele canaliza uma força que amedronta os amantes do poder. Os livros queimados, os "Nihil Obstat”, os “Imprimatur", atestam o medo dos opressores diante da página impressa, copiada, datilografada, mimeografada, digitalizada, faxeada ou imeilizada.
O escritor é solitário. O lugar de trabalho já o torna asceta, anti-social. Diante do teclado, vira parente de faquir, trapista, anacoreta. Enquanto produz, não considera seu deserto uma privação. Ele adora o silêncio, vive a reclamar dos dias ensolarados e alegra-se com nuvens escuras. Viciado em letras, tudo vira desculpa para trancafiar-se. Ninguém deve se melindrar com escritor de resposta monossilábica. Geralmente, o escritor não tolera alongar conversa.
O escritor é hipnotizador. Seu poder de sedução supera os encantadores de serpentes . Também mágico, consegue ludibriar até crítico literário. Podem xingar qualquer escritor de "bruxo que enfeitiça com palavras" e ele vai considerar elogio. Também não se ofende quando tratado de "padeiro que transubstancia sua carne em pão".
O escritor é profeta. Docente do céu, interprete de oráculo divino, ele se esmera em construir pontes entre dois mundos: este, empoeirado, e o que transcende, eterno.
Mesmo quando escreve na areia, suas palavras nunca passarão - alguém vai talhá-las nas tábuas do coração.
terça-feira, 26 de julho de 2011
O Vaso e Deus (Diálogo)
Hoje vivenciei uma experiência sublime. Vi um diálogo de Deus com um vaso. O vaso chorava, suplicava e questionava a Deus o porquê de tudo. Então Deus lhe respondeu:
- Vaso, você veio do pó da terra. Para que fosse possível ti moldar EU derramei sobre você a água da vida, pois só a água seria capaz de dar liga o suficiente para passar pelo processo da vida.
- Eu sei Pai, a dureza de meu coração e as imundícies me impedia de chegar a ti. Mas era necessário todo esse processo?
- Sim, Vaso. As pequeninas pedrinhas que se encontravam em seu caminho não permitiam que você passasse pelo triturador de Deus. Por causa delas você passou uma, duas e mais vezes pelo mesmo caminho.
- Sei.
- Você sabia, mas não entendia. Por vezes, até resistia. Neste momento, eu ti deixava descansar. Descansou uma vez, duas e três vezes. Mas não se livrava das impurezas.
- Sofri muito nesse momento. As minhas limitações não me permitiam enxergar além.
- Pois então, foi neste momento que percebi a necessidade de tocar em você. Como oleiro comecei a ti amassar com minhas próprias mãos. Foi necessário dar - ti uma nova forma. Lembra quando disse: “Eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e, em três dias, construirei outro, não por mãos humanas”? (Mc 14:58)
- Claro, só não entendia como.
- Pois então, por três dias você foi provado e passou pelo fogo consumidor. As impurezas que ainda restavam foram purificadas e exterminadas. Você estava pronto.
- Sim, agora estou sensível a voz do Senhor. Tenho as marcas de suas mãos. Suas digitais fazem parte de minha vida.
- Mas Vaso, não se esqueça, vigie, ore, medite em minhas palavras. Pois, o cair é do homem, mas o levantar é de Deus. Sempre estarei aqui para ti auxiliar, confortar e consolar. E caso caia, não se desespere. Se humilhe e retorne ao pó da terra, somente assim será possível uma restauração.
O vaso olhou para Deus, agradeceu e prosseguiu em seu caminho. Sua missão era ser usado por uma mulher para derramar o óleo nardo sobre Jesus Cristo, o Salvador.
Autor: Raul Nogueira Nogstory
Twitter: @nogstory / Email: nogstory@gmail.com
http://www.recantodasletras.com.br/autores/RaulNogueira
Autor: Raul Nogueira Nogstory
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segunda-feira, 25 de julho de 2011
Estudo identifica tribo que não conhece conceito de tempo
Tribo Amondawa não tem uma palavra equivalente a tempo, nem mesmo para descrever períodos como mês ou ano
Pesquisadores brasileiros e britânicos identificaram uma tribo amazônica que, segundo eles, não tem noção do conceito abstrato de tempo.
Chamada Amondawa, a tribo não tem as estruturas linguísticas que relacionam tempo e espaço – como, por exemplo, na tradicional ideia de “no ano que vem”.
O estudo feito com os Amondawa, chamado “Língua e Cognição”, mostra que, ainda que a tribo entenda que os eventos ocorrem ao longo do tempo, este não existe como um conceito separado.
A ideia é polêmica, e futuras pesquisas tentarão identificar se isso se repete em outras línguas faladas na Amazônia.
O primeiro contato dos Amondawa com o mundo externo ocorreu em 1986, e, agora, pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Grã-Bretanha) e da Universidade Federal de Roraima começaram a analisar a ideia de tempo da forma como ela aparece no idioma falado pela tribo.
“Não estamos dizendo que eles são ‘pessoas sem tempo’ ou ‘fora do tempo’”, explicou Chris Sinha, professor de psicologia da língua na Universidade de Portsmouth.
Pesquisadores estudaram a língua da tribo Amondawa
“O povo Amondawa, como qualquer outro, pode falar sobre eventos e sequências de eventos”, disse ele à BBC. “O que não encontramos foi a noção de tempo como sendo independente dos eventos que estão ocorrendo. Eles não percebem o tempo como algo em que os eventos ocorrem.”
Tanto que a tribo não tem uma palavra equivalente a “tempo”, nem mesmo para descrever períodos como “mês” ou “ano”.
As pessoas da tribo não se referem a suas idades – em vez disso, assumem diferentes nomes em diferentes estágios da vida, à medida que assumem novos status dentro de sua comunidade.
Mas talvez o mais surpreendente seja a sugestão dos pesquisadores de que não há interconexão entre os conceitos de passagem do tempo e movimento pelo espaço. Ideias como um evento que “passou” ou que “está muito à frente” de outro são comuns em muitas línguas, mas tais construções linguísticas não existem entre os Amondawa.
“Isso não significa que (as construções) estão além das capacidades cognitivas da tribo”, prosseguiu Sinha. “Apenas não são usadas no seu dia-a-dia.”
Quando os Amondawa aprenderam português – que está se tornando mais comum entre eles -, eles facilmente incorporam a noção do tempo em sua linguagem.
A hipótese dos pesquisadores é de que a ausência do conceito de tempo se origina da ausência da “tecnologia do tempo” – por exemplo, sistemas de calendário e relógios. Isso, por sua vez, pode estar relacionado ao fato de que, como muitas tribos, o sistema numérico detalhado dos Amondawa é limitado.
Termos absolutos
Tais argumentos não convencem Pierre Pica, linguista teórico do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS), que foca seus estudos em uma outra língua amazônica, conhecida como Mundurucu.
“Relacionar número, tempo e espaço por uma simples ligação causal parece sem sentido, com base na diversidade linguística que conheço”, disse ele à BBC News.
Pica diz que o estudo sobre os Amondawa “tem dados muito interessantes”, mas argumentos simplificados.
Sociedades pequenas como os Amondawa tendem a usar termos absolutos para relações espaciais normais – por exemplo, referir-se à localização específica de um rio que todos na comunidade conhecem bem, em vez de usar uma palavra genérica para rios.
Em outras palavras, enquanto os Amomdawa podem ver a si mesmos se movendo através de arranjos temporais e espaciais, seu idioma talvez não reflita isso de uma maneira óbvia.
Novos estudos devem aprofundar o conhecimento sobre o assunto, diz Sinha.
“Queremos voltar (à tribo) e verificar (a teoria) novamente antes que a língua desapareça – antes que a maioria da população comece a aprender desde cedo a usar sistemas de calendário.”
Fonte: BBC Brasil
terça-feira, 19 de julho de 2011
AJUDE OS OUTROS A VENCER
"Há alguns anos atrás, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para largada da corrida dos 100 metros rasos.
Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar.
Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles.
Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: "Pronto, agora vai sarar".
E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.
O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje.
Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas, com certeza, não eram deficientes da sensibilidade... Por que? Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho.
O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, vencer junto, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso."
Autor desconhecido
por CaetanoSr em 11/07/2010 20:56
http://elevando.dihitt.com.br/noticia/ajude-os-outros-a-vencer
sábado, 16 de julho de 2011
Quem será quando crescer?
Quando criança, quem imaginava ser quando adulto?
Que imagem de si projetava para o futuro?
É irônico como a maioria das pessoas, não é aquilo que gostariam de ser. Médicos que gostariam de ser pilotos, engenheiro que sonhavam em ser comediante e o campeão de todos, marceneiros, policiais, bombeiros, enfermeiros, dentista...que queriam ser jogadores de futebol.
Se não fosse quem é, quem gostaria de ser?
Temos a tendência ao longo da vida de criarmos determinados padrões que nos servem como guia. Uma das características desses padrões é se perpetuar em nosso interior, servindo como uma referencia para tomada de decisões sejam pessoais (sentimentais) ou profissionais. E acostumamos repetir padrões, nos convencendo que o nosso caminho nos levou até ali e que não existem outras estradas.
Será que somos realmente essa imagem que criamos? É o verdadeiro eu?
Não será uma armadilha a simples busca da aprovação das pessoas, o reconhecimento da sociedade, a admiração dos colegas? Consigo perceber que enquanto os outros me categorizam, corro o risco de me tornar refém na tentativa da manutenção daquela imagem, por mais distorcida que seja?
Deixamos que qualquer idéia nos leve para qualquer caminho, sem a percepção do que nos transformaremos até chegar ao destino?
Posso ser quem quiser?Estou feliz com quem sou?
Se a única coisa constante no universo é a mudança, porque somos tão avessos a ela, se é inevitável? Tudo a nossa volta está mudando constantemente e cada vez mais rapidamente. Se sinto que não consigo acompanhar essas mudanças externas, o que fazer? E se alguns desses padrões que criei estão me bloqueando? A resposta seria a mudança, mas como mudar?
Paradigmas é o modo como vemos o mundo, quando você quebra paradigmas triplica as possibilidades em sua vida. Se tiver coragem de romper laços, quebrar padrões e não precisar da aprovação dos outros, você pode se transformar no que quiser.
Comece a pensar diferente, ver as pessoas com outros olhos, rompa padrões, veja o que não costuma ver, vá onde nunca foi, leia mais, sorria mais, converse mais, repare mais nas pessoas e na vida, não tenha medo de se arriscar, surpreenda-se, mude o assunto, não tenha medo de ser incompreendido, encare sua humanidade sabendo que sempre será cheio de ambiguidades. Convença-se que temos defeitos e como humanos sempre teremos. Não tenha medo se ser humano, não se compare com ninguém, se apaixone, perdoe, ame, pergunte, questione, pense, erre, acredite, seja simples, agradeça sempre, a vida acontece a medida que se expõe a ela.
A decisão de sua vida está em suas mãos, é apenas questão de escolha, mas para isso é preciso coragem e pagar o preço.
Quem você vai querer ser quando crescer?
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Análise das compras coletivas "groupons"
Como funciona as compras coletivas pela internet?
Veja nessa matéria do jornalista Luis Nassif:
A Segunda bolha da internet
A internet já é uma realidade mais concreta do que na fase da primeira bolha, no início dos anos 2000. Já existe o uso extensivo de suas ferramentas e há negócios consolidados em vários setores. Mas há também uma bolha em curso. Nos Estados Unidos há projetos pagando 270 vezes a receita líquida. Um dos pioneiros brasileiros da internet, hoje radicado nos Estados Unidos, Marcelo Ballona relata casos de uma empresa praticamente sem sede que conseguiu captar US$ 100 milhões em cima de uma avaliação do projeto total de US$ 1 bilhão.
O momento é muito parecido com o estouro da bolha de 2.000, com a diferença de que, na época, a economia mundial era muito mais sólida.
Um dos pontos centrais da bolha são os chamados sites de compras coletivas. Hoje em dia, nos Estados Unidos há mais de 1.500 sites do gênero, criando um problema complicado para as lojas parceiras. De um lado, porque a maioria dos groupons (nome dessa modalidade de sites) vendida audiências fictícias. Depois, porque as promoções pouco agregavam às empresas. Por exemplo, uma pizzaria vendia pizzas a R$ 15,00. Entrava em uma promoção e o site de compras oferecia a R$ 3,00. A pizzaria lotava, mas de um público que, passada a promoção, dificilmente voltaria lá. Não era seu público alvo.
As pizzas e o cãozinho
Hoje em dia, a bolha está provocando toda sorte de incursões, do marido de Demy Moore a Lady Gaga. Tomam-se alguns critérios, como visibilidade pública, número de seguidores no Twitter e, a partir daí, define-se a precificação do projeto. Entram nessa mixórdia muitas ideias que não prosperaram na primeira bolha, como sistemas de reservas em hotéis, sites de viagem etc. Em muitos casos, monta-se o site, a realidade virtual, mas não se acertam sequer os contratos com os hotéis cadastrados.
No início da bolha da internet, foi famoso o caso do cãozinho do iG e o sistema de franquias em pizza. Para incrementar o valor do iG, o publicitário Nizan Guanaes anunciou, além da venda de flores, a venda de pizzas pela internet, com a marca iG e o símbolo do cãozinho. Só que era o tipo do negócio que não poderia ficar apenas no virtual. Tinha que cadastrar pizzarias, definir cardápio, ambiente etc. Obviamente, o projeto sequer saiu do lugar.
O fenômeno da bolha está restrito
Outro complicador são as mudanças que estão ocorrendo no mercado de celulares, smartphones e tablets. Ontem (14/6), a Apple lançou o iPhone 100% desbloqueado. Isto é, poderá ser vendido a qualquer pessoa que poderá optar por qualquer operadora.
Além disso, os novos sistemas operacionais de smartphones estão alijando rapidamente grandes fabricantes do mercado, redesenhando o ranking global. É uma revolução similar à que ocorreu no lançamento do Windows, que permitiu à Microsoft alijar a maior parte dos concorrentes, fabricantes de aplicativos. Agora, a própria Microsoft está ameaçada, no terreno dos sistemas operacionais de celulares.
Hoje em dia, o fenômeno da bolha está restrito à economia norte-americana. Por aqui, há inúmeros projetos tecnológicos sendo analisados, mas com uma boa dose de realismo.
O modelo do “groupon” é o seguinte:
1. O site vai até o comerciante e compra, digamos, R$ 21.000,00 em promoção. Paga em três prestações: em 5 dias, em 30 e em 60 dias.
2. Em seguida faz a promoção no seu site, incluindo no preço de promoção sua comissão. Recebe à vista dos clientes e roda com parte do dinheiro em até 60 dias.
3. Quita a última prestação com o comerciante e fecha o ciclo. Isso, em tese.
No fundo, trata-se de uma versão moderna da operação chamada de compra de recebíveis”. Paga-se na frente o que a empresa irá produzir nos próximos meses.
Ciclo de venda
Pegou como febre nos Estados Unidos, gerando um negócio altamente inflamável.
O primeiro ponto são os custos de comercialização do “groupon”, campanhas caras para atrair o maior número possível de interessados.
Depois, a corrida para evitar “encalhes” de promoção. Se encalhar, consome parte de seu capital de giro.
A receita do “groupon” é função do valor do vale, da parcela de receita que fica com o site e da quantidade de promoções vendidas. Essa quantidade é função, entre outros fatores, do tamanho do desconto. Quanto maior o desconto, maior será o volume negociado.
Por isso mesmo, os vendedores do site são instados a procurar promoções cada vez mais agressivas.
Ocorre então o fenômeno da seleção adversa. Em princípio, a operação só irá interessar a comerciantes em dificuldades. Há baixa probabilidade de fidelização do cliente atraído por esse tipo de promoção.
Com as condições cada vez mais restritivas do site, acabam entrando apenas as empresas com maiores dificuldades com o sistema bancário.
Está certo que o risco do site é minimizado pelo fato do ciclo de venda ser de apenas 60 dias. Mesmo assim, corre-se o risco de comprar o produto e o comerciante quebrar antes da entrega.
Fluxo de caixa
Os riscos da bolha norte-americana são enormes. Grandes players – como Google e Facebook – estão entrando nesse mercado. Há uma corrida dos “groupons” atuais para formar um estoque de clientes cadastrados e poder vender para os gigantes que chegam.
De certo modo é o que está ocorrendo com o “groupon” Peixe Urbano. O investimento publicitário feito é tipicamente para consolidar uma multidão de usuários e aumentar o valor na hora de vender para um player estrangeiro.
Foi esse movimento que levou Luciano Huk a aproveitar os desastres da região Serrana do Rio para captar clientes – induzindo o público a dar contribuições através de inscrições no site.
Nessa corrida, pelo menos nos EUA está de abrindo mão da cautela financeira. Eventuais estoques encalhados de promoção acabam sendo cobertos em um efeito corrente da felicidade – os clientes de hoje ajudando a bancar os compromissos de ontem.
Por ser uma atividade não-bancária, estão fora do sistema de supervisão das autoridades.
Há o risco, então, do desequilíbrio do fluxo de caixa do “groupon”, do acúmulo de estoques não vendidos, da não entrega de produtos combinados (da parte dos comerciantes em maior dificuldade).
[Luis Nassif é jornalista]
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O pinheiro não!
O pinheiro não!
Por Leno Costa
Há momentos que nos marcam e nos fazem refletir para a vida toda. Era manhã ensolarada, naquela cobertura somente eu e meu pai, e uma ordem de serviço que dizia: impermeabilizem a jardineira. Mas para tal, era necessário remover a terra e algumas folhagens que esquecidas e ressecadas, não mais ornamentavam.
Foi quando meu companheiro de labuta delegou-me a tarefa de remover a vegetação enquanto ele preparava o composto impermeabilizante. Com vigor adolescente e o desejo de contribuir com o meu melhor, apanhei um facão que estava na bolsa e não sei por que razão meus olhos foram seduzidos por um pinheiro maior que eu que estava no centro da jardineira. Como um herói que golpeia o desafeto com o sentimento de estar prestando um favor à sociedade, golpeei o arbusto por varias vezes reduzindo-o a apenas um pendão esfolado e derrotado.
Foi então quando ouvi um grito que ecoou; “o pinheiro não”! Era meu pai atônito e ofegante que com as mãos na cabeça lastimava a ofensa feita ao arbusto que não era vilão e sim o preferido do dono da casa e o xodozinho da jardineira. Pois era nele que todos os finais de ano se penduravam bolinhas de natal e depositavam a seus pés presentes. Ele, o xodozinho da família pousara antes para diversas fotos da família e ornamentava seus encontros familiares.
Mais tarde meu pai conseguiu contornar a situação, pois, gozava de estima por parte do empregador por ser ótimo profissional e levaram em conta a minha pouca idade e desconhecimento.
Esta história é tão real quanto o fato de termos que conviver em uma sociedade pós-moderna que, olha para os valores como desafeto e inimigo a ser vencido em nome do próprio bem estar. Homens adolescentes que sem maturidade e descompromissados com o social, aplicam golpes nos valores estabelecidos reduzindo-os a nada.
São pobres por não discernirem o bem e o mal. Atribuem bem ao que é mal e chamam de abominável aquilo que é belo e sustentáculo. A verdade se tornou relativa. Como loucos, vagueiam, mesmo tendo a tecnologia a seu favor.
É preciso pensar nos marcos antigo não com desdém, mas como referencial e estrutura importante para nos projetar como pessoas que pensam, escolhem e sentem. Não podemos arrancar os pinheiros como se fossem ervas daninhas. É preciso pensar.
Leno costa é teleólogo e co-autor do blog.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Democracia na Rede
Rede social vai eleger 'governo global'
Plataforma pretende colocar à disposição dos usuários da rede um fórum para questões de interesse mundial, além de eleger representantes (Renata Honorato)
Interface de perfil do Mynetgov (Reprodução)
Em um ato simbólico diante da sede da ONU, em Nova York, será lançada nesta segunda-feira uma rede social diferente, a Mynetgov. A plataforma nascida em Portugal pretende colocar à disposição dos usuários da internet um fórum para questões de interesse mundial, além de eleger representantes para um também simbólico governo planetário. O ambicioso objetivo da comunidade é influenciar decisões tomadas por governos nacionais em diferentes partes do globo.Um debate sobre o futuro e a preservação da Amazônia, por exemplo, poderia ocorrer na rede, incentivando a elaboração de um "projeto de lei" do governo virtual. Se aprovado, passaria a ser uma causa defendida pelo Mynetgov. O processo, é claro, não tem valor legal.
Qualquer usuário a partir de 13 anos poderá se cadastrar. Todos os participantes poderão, por sua vez, se candidatar a cargos do "governo": serão 6.000 congressistas (equivalente aos deputados federais e senadores brasileiros), doze ministros e um presidente. Haverá também "cargos" de juiz. Ao menos oito ministérios serão obrigatórios: internet, globalização, paz, educação, ambiente, esporte, cultura e humor.
A votação para a eleição dos representantes acontecerá na própria plataforma, entre os dias 15 e 31 de dezembro. A posse será no dia 1º de janeiro. Cada membro da rede votará em um candidato à presidência e em cinco representantes (congressistas) para mandatos de um ano.
"Esta será a primeira plataforma totalmente democrática", diz Diamantino Nunes, um dos fundadores da plataforma, mais conhecido como presidente do Comitê World Bike Tour, evento ciclístico que ocorre nas cidades de Lisboa, Porto, Madri, Paris e São Paulo. "Apresentaremos o projeto à ONU e enviaremos a todos os governos, inclusive o chinês, um comunicado solicitando a participação da população", completa, fazendo especial referência ao governo de Pequim, que mantém um rígido controle sobre a informação e a expressão no país.
Assista ao vídeo da campanha de lançamento da rede social:
O fórum terá suporte para oito línguas: inglês, espanhol, francês, português, italiano, alemão, árabe e chinês. Quarenta pessoas participaram da concepção da ferramenta. Entre os colaboradores está um brasileiro, o deputado federal Walter Feldman (sem partido-SP), licenciado do cargo - ele está em Londres para acompanhar a preparação para a Olimpíada de 2012 a serviço da prefeitura de São Paulo, embora os jogos de 2016, no Brasil, acontecerão, como todos sabem, no Rio.
Para Feldman, o Mynetgov poderá estimular até os partidos a adotar definitivamente a internet como ferramenta para escutar a população. "O projeto será importante para a política moderna", diz. "A ideia de colocar em prática a democracia direta, onde as decisões são tomadas com base na opinião coletiva, é muito animadora."
Matéria da Revista Veja posta no dia 11/07/2011 - 12:15
sexta-feira, 8 de julho de 2011
INCERTEZAS
Agora são trinta minutos de um novo dia! Não sei o que vai ser ou como vai terminar, mas é um novo dia! O momento é de reflexão, inquietação e desassossego. A certeza que eu tinha, não tem mais. As dúvidas que nasceram me levam há um mundo de insensatez e de incertezas. O que faço ou o que devo fazer?
As encruzilhadas da vida ou das armações da morte me atormentam. Vida que não parece vida, que não proporciona a felicidade ou mesmo a certeza de uma vida medíocre. Acha-se sempre que um dia vai chegar, prevalecer e concluir. Apenas acha-se. Eu pensava que sabia e compreendia a vida do jeito que ela é. Não sei. Não tenho certeza que as sementes que plantei vão germinar, crescer e florescer. Sequer sei se as sementes que plantei são frutíferas ou ervas daninha, e de fato o que elas vão gerar. Portanto, se não sei o resultado final de minhas ações, qual vai ser o fim de minhas reflexões?
O mundo nos proporciona poucas certezas e diversas frustrações. A pouca certeza que tenho é a de viver o agora e o momento, a de respirar e apenas sonhar. A outra é a de quase chegar. Chegar próximo dos sonhos e num breve instante imaginar. A outra certeza que tenho é a da morte, sei que um dia ela vai chegar. Às vezes, ela chega primeiro para a alma ou mesmo o desejar viver, mas o fim é a certeza de que um novo dia nunca mais vai chegar.
O poeta Salomão diz que o homem não sabe à hora, pois “Tudo lhe está oculto no futuro” (Eclesiastes 9). Mas que futuro, se sequer saberemos se vamos estar lá? Das incertezas que tenho que são várias, até posso a Deus questionar. Mas, se não tenho certeza que vivo como Deus pode se aproximar? Se não temos certeza daquilo que vimos e ouvimos, como podemos ter certeza daquilo que às vezes sequer sentimos?
Enfim, não sei o que dizer, o que pensar e o que fazer. Minhas inquietações continuam, o desassossego perdura e me incomoda. As incertezas me levam à diante, na esperança de um dia obter as respostas necessárias às minhas indagações. Neste momento, a única certeza que tenho é do último instante, porque do passado qualquer um pode se apropriar.
Autor: Raul Nogueira Nogstory
Nogstory@gmail.com / Twitter: @nogstory
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Sustentabilidade Social
Nunca se ouviu tanto na palavra sustentabilidade como na atualidade. Mas, afinal o que significa essa palavra? Segundo a Wikipédia: “sustentabilidade é um conceito sistêmico; relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”. Um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com o Como isso funciona na prática? Como aplicar no dia-a-dia?
Na prática esse conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir.
Dentro da sustentabilidade existe várias sub-divisões, entre elas destacamos a sustentabilidade social, que está baseada na melhoria da qualidade de vida da população, eqüidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular.
O modo de vida pós-capitalista levou não apenas o homem, mas também o próprio espaço urbano a degradações. A desigualdade social, o uso excessivo dos recursos naturais por uma parte da população enquanto a outra cresce desmedidamente são fatores que são extremamente combatidos no âmbito da sustentabilidade social. Pode-se afirmar que a sociedade obedece a relações intrínsecas com os outros setores de base da sociedade (acesso a educação, desenvolvimento das técnicas industriais, econômicas e financeiras, além dos fatores de ordem político e ambiental) então um primeiro passo que deve ser tomado para a resolução dos agravantes sociais é justamente a responsabilidade social e a agregação a sustentabilidade desses setores.
A sustentabilidade social visa o bem-estar da sociedade de hoje e a de amanhã em iguais medidas. Para que ela de fato se concretize é necessária grande campanha de divulgação, instalada tanto pelas macroestruturas (setores políticos e básicos) quanto por empresas que visem os projetos e a aplicação da mesma. A mobilização social para esse fim também é um fator determinante para a melhora da qualidade de vida.
O que fazer para que contribua na construção de um mundo melhor para meus filhos e meus netos (geração futura)? Como me enquadro nessa mobilização social para conscientização de mais cidadãos, empresas e governo? Como penso sobre qualidade de vida? Será que o que importa é apenas minha necessidades momentâneas de utilizar os recursos naturais ou não? O que posso fazer para melhorar o modelo econômico, político, social, cultural, ambiental de minha comunidade? Ou apenas ver a vida passar?
Pense nisso.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Realidade das instituições bancárias no Brasil
SAIBA A DIFERENÇA ENTRE POUPAR 100 REAIS E DEVER 100 REAIS PELO MESMO TEMPO NO BRASIL.
Se um correntista tivesse depositado R$ 100,00 (Cem Reais) na poupança em qualquer banco, no dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do Real), teria hoje na conta a FANTÁSTICA QUANTIA de R$ 374,00 (Trezentos e Setenta e Quatro Reais).
Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100,00 (Cem Reais) no Cheque Especial, na mesma data, teria hoje uma pequena dívida de R$139.259,00 (Cento e Trinta e Nove Mil e Duzentos Cinqüenta e Nove Reais), no mesmo banco.
Ou seja: com R$ 100,00 do Cheque Especial, ele ficaria devendo 9 Carros Populares, e com o da poupança, conseguiria comprar apenas 1 pneu.
Não é à toa que o Bradesco teve quase R$ 2.000.000.000 (Dois Bilhões de Reais) de lucro liquido somente no 1º semestre, seguido de perto do Itaú e etc...
Dá para comprar um outro banco por semestre!
E os juros exorbitantes dos cartões de crédito?
VISA cobra 10,40 % ao mês
CREDICARD cobra 11,40 % ao Mês.
Em contrapartida a POUPANÇA oferece 0,62 % ao mês.
Vc acha que devemos fazer Campanha pela Reforma Tributária e Financeira no Brasil?
O que pensa disso?
Se um correntista tivesse depositado R$ 100,00 (Cem Reais) na poupança em qualquer banco, no dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do Real), teria hoje na conta a FANTÁSTICA QUANTIA de R$ 374,00 (Trezentos e Setenta e Quatro Reais).
Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100,00 (Cem Reais) no Cheque Especial, na mesma data, teria hoje uma pequena dívida de R$139.259,00 (Cento e Trinta e Nove Mil e Duzentos Cinqüenta e Nove Reais), no mesmo banco.
Ou seja: com R$ 100,00 do Cheque Especial, ele ficaria devendo 9 Carros Populares, e com o da poupança, conseguiria comprar apenas 1 pneu.
Não é à toa que o Bradesco teve quase R$ 2.000.000.000 (Dois Bilhões de Reais) de lucro liquido somente no 1º semestre, seguido de perto do Itaú e etc...
Dá para comprar um outro banco por semestre!
E os juros exorbitantes dos cartões de crédito?
VISA cobra 10,40 % ao mês
CREDICARD cobra 11,40 % ao Mês.
Em contrapartida a POUPANÇA oferece 0,62 % ao mês.
Vc acha que devemos fazer Campanha pela Reforma Tributária e Financeira no Brasil?
O que pensa disso?
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Kit Gay, apenas uma cartilha?
A polêmica mais importante dos últimos tempos está em pauta, a inserção da idelogia Gay nas escolas.
Nesse vídeo abaixo, há várias questões a responder para nós mesmos:
- O kit gay tem fundamento?
- A mídia está realmente preocupada com a sociedade, ou está inserindo novos valores nas próximas gerações (que breve serão adultos)?
- Porque o foco está nas crianças? Porque ainda não tem caratér próprio, a consciência definida e suas crenças ainda estão sendo formadas?
- Porque existe cartilha gay e não tem cartilha do negro?
- Porque a mídia (Rede Globo) preocupa-se com a causa gay e não se preocupa com a causa do negro que é o mais discriminado neste país?
- Porque há incentivos para a parada gay (repercussão midiática)e nem existe parada dos direitos do negro por exemplo?
- Porque nossa educação, nossas escolas estão virando um centro de domínio ideológico, e nos lugar de aprender matemática, português, história, enviamos nossas crianças para aprender conceitos ideológicos que são contra a fé judaico-cristã, a filosofia grega e o direito comum?
- Porque os políticos da Camara Federal e Senado (Legislativo) nada fazem a respeito? Os filhos deles estudarão em escola pública? Porque estão preocupados com interesses de uma classe, quando fingem não ver e atuar contra as mazelas da sociedade, quando há tantos passando fome, sem educação, sem saúde, sem perspectiva de vida, realmente excluídos?
- São apenas perguntas que cada um deve responder. O que vc acha? O que pensa sobre tudo isso? Veja o vídeo abaixo e responda pra si mesmo.
CLIQUE NO LINK ABAIXO:
http://www.youtube.com/watch?v=Wq300dD-6PM
Nesse vídeo abaixo, há várias questões a responder para nós mesmos:
- O kit gay tem fundamento?
- A mídia está realmente preocupada com a sociedade, ou está inserindo novos valores nas próximas gerações (que breve serão adultos)?
- Porque o foco está nas crianças? Porque ainda não tem caratér próprio, a consciência definida e suas crenças ainda estão sendo formadas?
- Porque existe cartilha gay e não tem cartilha do negro?
- Porque a mídia (Rede Globo) preocupa-se com a causa gay e não se preocupa com a causa do negro que é o mais discriminado neste país?
- Porque há incentivos para a parada gay (repercussão midiática)e nem existe parada dos direitos do negro por exemplo?
- Porque nossa educação, nossas escolas estão virando um centro de domínio ideológico, e nos lugar de aprender matemática, português, história, enviamos nossas crianças para aprender conceitos ideológicos que são contra a fé judaico-cristã, a filosofia grega e o direito comum?
- Porque os políticos da Camara Federal e Senado (Legislativo) nada fazem a respeito? Os filhos deles estudarão em escola pública? Porque estão preocupados com interesses de uma classe, quando fingem não ver e atuar contra as mazelas da sociedade, quando há tantos passando fome, sem educação, sem saúde, sem perspectiva de vida, realmente excluídos?
- São apenas perguntas que cada um deve responder. O que vc acha? O que pensa sobre tudo isso? Veja o vídeo abaixo e responda pra si mesmo.
CLIQUE NO LINK ABAIXO:
http://www.youtube.com/watch?v=Wq300dD-6PM
domingo, 3 de julho de 2011
A Morte
O que é a morte? Uma vida sem alma ou uma alma sem vida?
O que é a vida? O interregno da morte ou a supressão do amor?
Houve tempo que se morria por amor
Que cuidava do cadáver na morte para aliviar sua dor
Que rezava pela alma para que ascendece sem pudor
Há pessoas que nascem inúteis e insonssas
e que chegam ao fim da vida sem sentir dor.
O medo da morte está na vida
desgarrada, intensa e sem valor.
Para uns a morte chega com a vida,
Para outros a vida termina com a morte.
Diz o poeta que a morte e vida é Severina
Dura, angustiante, aflita e quase sem alma.
Qual é a sua sina? A morte ou vida severina?
Oh! Morte porque nos impõe o seu horror?
Autor: Raul Nogueira Nogstory
E-mail: nogstory@gmail.com / http://nogstory.blogspot.com/
http://www.recantodasletras.com.br/autores/RaulNogueira
O que é a vida? O interregno da morte ou a supressão do amor?
Houve tempo que se morria por amor
Que cuidava do cadáver na morte para aliviar sua dor
Que rezava pela alma para que ascendece sem pudor
Há pessoas que nascem inúteis e insonssas
e que chegam ao fim da vida sem sentir dor.
O medo da morte está na vida
desgarrada, intensa e sem valor.
Para uns a morte chega com a vida,
Para outros a vida termina com a morte.
Diz o poeta que a morte e vida é Severina
Dura, angustiante, aflita e quase sem alma.
Qual é a sua sina? A morte ou vida severina?
Oh! Morte porque nos impõe o seu horror?
Autor: Raul Nogueira Nogstory
E-mail: nogstory@gmail.com / http://nogstory.blogspot.com/
http://www.recantodasletras.com.br/autores/RaulNogueira
sábado, 2 de julho de 2011
Imposição Jurídica com olhar Sociológico
Devido as constantes transformações pelas quais passa o mundo, o cenário brasileiro não pode ficar na contramão desse turbilhão chamado mudanças. Sociologicamente, temos que considerar o homem sob vários aspectos. É um ser sociável, que não vive isolado - ainda que esporadicamente alguns tentem promover tal situação – e que sofre uma série de influências, em todos os campos, interagindo, agindo e reagindo, conforme responde aos seus instintos.
A questão da violência vem sendo, em âmbito mundial, banalizada nas mais diversas e impensadas formas. Seja na venda de bebidas a menores; seja na venda de bebida em dia de eleições somente com propósito de burlar a lei (um tanto burra, na essência); seja no excepcional alcance que (nós) aceitamos que a droga atinja aos nossos familiares; seja na condução de um veículo por alguém sem condições de estar na direção ou devido a falta de condições do veículo que é conduzido; seja na falta de urbanização das diversas comunidades; seja na falta de escolas e/ou de atendimento médico eficaz e eficiente para todos; seja na falta de respeito ao diferente; seja no tratamento como inferior relegado ao sexo feminino, ao velho (a); às crianças, etcs. Mas, existem outras que escacaram-se à toda a sociedade, possibilitando que os movimentos reivindicatórios se avolumem em busca de uma solução, ainda que capenga, deficiente e, na maioria das vezes, ineficaz e eleitoreira. Enfim, vivemos cercados de uma violência que não grita, que não explode em sangue, mas que segue presente no dia-a-dia das pessoas. Aliás, a maldade que existe dentro do ser humano demonstra-se ilimitada e em grande evolução, sempre.
Como sabemos, algumas coisas mudam para melhor e outras nem tanto. A educação dos filhos mudou com o passar do tempo, e mudou para melhor, pois apresenta-se com variado e vasto campo para que cada pai possa utilizar na apresentação de modelo disciplinar, uma vez que a comunicação é interativa e atualizadíssima. Nesse viés, vale lembrar que a educação de nossas crianças não cabe somente aos pais, e sim a toda a sociedade, bem como ao Governo instalado, dando condições para que tal educação possa ser levada a efeito.
É claro que a busca pela disciplina dos filhos, em princípio, cabe tão somente aos pais, pois que estão presentes á vida dos filhos, desde o nascimento e, tendem a ser os únicos capazes de dar limites a essa disciplina, uma vez que (cremos), não haver, quem ame mais a seus filhos do que os próprios pais. Isso se considerarmos que todos os pais querem o bem de seus filhos e se preocupam com sua educação.
Contudo, devemos estar atentos aos exemplos que explodem à nossa volta dentro de um contexto social cada vez mais violento, pois na condição de pais também há aqueles que só colocam os filhos no mundo e os deixam à própria sorte. Há também os que maltratam e espancam, por inúmeros motivos, que vão deste uma frustação pessoal a um modelo (falso) de educação, onde a simples palmada ou a pervertida “surra”, não tem conotação diferente. Os dois aspectos de agressão são, tão somente variáveis, na intensidade que cada um dos algozes determina como reprimenda necessária à “arte” desenvolvida pela vítima do subjetivo julgamento. A estes, o Estado deveria dar mais atenção e intervir, na espreita de defender o maior patrimônio sob sua capa, a vida.
Nessa vertente de preocupação, verificou-se o projeto de Lei 2654/03, da Deputada Federal pelo Estado do Rio Grande do Sul (PT) Maria do Rosário, fatalmente apelidado de “Lei da palmada”, que ganhou discussão no cenário nacional brasileiro, sob a perspectiva de que instaurava-se o absurdo. Como pensar que um pai/mãe agrediria o próprio filho, sob o pretexto de educá-lo, disseram muitos. Aliás, existe uma passagem bíblica que Jesus faz tal questionamento: Pedindo, o filho pão, dará seu pai uma pedra?” é o sentido da parábola à qual nos reportamos e entendemos que muitos consideraram, ao lerem sobre o (pré-julgado) projeto de Lei.
Para esses, a digníssima deputada federal Maria do Rosário do PT do Rio Grande do Sul, autora do Projeto de Lei nº 2654/03, andou na contramão da história com a idéia de transformar em crime, a palmada educacional dada pelo pai ou pela mãe. Isso porque o Estado intervencionista deve ter limites, e um desses limites é exatamente não interferir de maneira direta em uma coisa tão sagrada para os pais que é a educação dos seus filhos. Entenderam que se com a educação convencional já é difícil educá-los, que dirá com a ridícula criação dessa Lei que impede que o filho seja disciplinado.
Lendo o texto “A Lei da Palmada diante da Bíblia”, da Sra. Emanuelle Monteiro (Advogada e Cristã) no Site Mulher Adventista, verificamos a citação de vários trechos bíblicos, nos quais se justifica sobre a aplicação do castigo, discursando sobre a sabedoria (inspirada por Deus) de Salomão, na qual diz: “Ocorre que, a despeito de toda a discussão jurídica e sociológica que permeia a Lei, a Bíblia diz assim”:
“Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.” (Provérbios 23:13 e 14); “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.” (Provérbios 13:24); “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.” (Provérbios 22:15).
A Sra. Emanuelle argumenta que ‘A disciplina é necessária e a “vara”, palavra utilizada por Salomão, representa diferentes classes de disciplina. A “palmada”, uma dessas classes, pode ser necessária quando falharem outros recursos’. No mesmo texto há também uma sobre a necessidade da moderação na aplicação dessa (s) palmada (s): “Ellen White ensina como proceder quanto a moderação no que diz respeito à disciplina”:
“Nunca levanteis a mão para lhes dar um tapa, a não ser que possais, com clara consciência, curvar-vos diante de Deus e pedir sua benção sobre a correção que estais prestes a dar. Incentivai o amor no coração de vossos filhos. Apresentai-lhes motivos elevados e corretos para o domínio próprio. Não lhes deis a impressão de que se devem submeter ao governo porque essa é a vossa vontade arbitrária, porque são fracos e vós sois fortes, porque vós por que vós sois o pai e eles os filhos. Se desejardes arruinar a vossa família, continuai a governar pela força bruta, e certamente tereis êxito.” Testimonies, Vol. 2, Pág. 259 e 260.
Entendemos no texto retro citado que não havia críticas à Lei ou ao projeto, mas uma preocupação com outras possíveis intervenções estatais em um contexto muito pessoal e, até íntimo da estrutura familiar.
Contudo, em algumas exceções encontramos movimentos que tendem a acertar no alvo, o posicionamento da Deputada, cremos ser um desses. O projeto de Lei 2654/2003 traça uma postura diferente no contexto social brasileiro e, pode causar uma revolução em termos educacionais. Na busca por esse entendimento, basta considerarmos o texto de Graciliano Ramos: Um cinturão, parte integrante da obra “Infância”.
A contar pela idade do autor e, considerando que é um retrato de sua infância – ainda que o personagem possa ter sido outra criança – mostra-nos uma imagem bem antiga, com uma conduta bem atual, aceita, consentida, e interpretada como correta, a saber: o coro, a surra com justificativa correcional de crianças e jovens. Na verdade, uma violência, um abuso contra pequenos indivíduos (ou vítimas), que como disse o personagem literário, só tem o berro como arma e o canto (da casa ou do único cômodo dessa) como refúgio.
Nessa perspectiva, o projeto de lei, ao contrário do que tem se pensado, dito e/ou divulgado, tenta trazer um diferencial ao cenário brasileiro em duas vertentes. A primeira no aspecto legal, pois ampara em lei um direito que estava omisso em outras leis e, inclusive no ECA, não reportando proibição específica, mas medidas protetivas em prol da criança e do adolescente que se virem vítimas de abusos. A segunda é nos aspecto criminal, pois a lei não prevê condição criminal para a conduta incorreta, daquele pai, educador ou responsável, e sim, uma inclusão em programas de ajuda, extensivo ao grupo familiar, o que é a novidade. A nova Lei é, na verdade, um grito para que a própria população acorde de sua inércia sociológica e concorra para um acolhimento da (s) família (s) que apresentam algum tipo de problema.
Pode parecer estranho essa medida protetiva em nome das crianças, com olhos a um resultado mais abrangente. Mas, a nós, parece lógico, pois procura-se proteger a criança, não só da violência física, mas em todos os aspectos, quando se protege a própria família de uma provável desagregação. É preciso entender que nesse caso específico, ao pai/mãe, conhecer o direito não traz, obrigatoriamente, temor, pois não esta postada nenhuma conduta correcional em detrimento da prática do ato – dito – ilegal. Faz, no entanto, com que o agente, a comunidade e o próprio Estado, se posicionem em um processo de desaceleração da violência ou de sua tolerância e justificativa, ainda que com uma simples palmada (que diga-se de passagem, não esta proibida).
Se verificarmos a Justificativa em que se fundamentou a proposta de Lei, teremos um aparato de tratados, convenções e legislações internacionais que velam por uma postura referente, naquilo concernente à educação da criança e do adolescente. Nesse diapasão, verifica-se que o diálogo, ainda é o melhor exemplo na educação de nossos filhos. Sinceramente, esperamos que essa visão possa ser estendida a outras frentes sociais. Como bem disse a amiga Emanuelle “nossos filhos são bênçãos de Deus e é NELE que devemos buscar a orientação correta de como educá-los! Deus nos dê sabedoria!”.
Veja a lei: http://www.camara.gov.br/sileg/MostrarIntegra.asp?CodTeor=186335
Antônio henrique é Bacharel em Direito e um dos co-autores do blog.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
A inutilidade da criança
A Inutilidade da Criança
por Rubem Alves
O pai orgulhoso e sólido olha para o filho saudável e imagina o futuro.
- Que é que você vai ser quando crescer?
Pergunta inevitável, necessária, previdente, que ninguém questiona.
- Ah! Quando eu crescer, acho que vou ser médico!
A profissão não importa muito, desde que ela pertença ao rol dos rótulos respeitáveis que um pai gostaria de ver colados ao nome do seu filho (e ao seu, obviamente)... Engenheiro, Diplomata, Advogado, Cientista...
Imagino um outro pai, diferente, que não pode fazer perguntas sobre o futuro. Pai para quem o filho não é uma entidade que “vai ser quando crescer“, mas que simplesmente é, por enquanto ... É que ele está muito doente, provavelmente não chegará a crescer e, por isso mesmo, não vai ser médico, nem mecânico e nem ascensorista.
Que é que seu pai lhe diz? Penso que o pai, esquecido de todos “os futuros possíveis e gloriosos“ e dolorosamente consciente da presença física, corporal, da criança, aproxima-se dela com toda a ternura e lhe diz: “Se tudo correr bem, iremos ao jardim zoológico no próximo domingo...“
É, são duas maneiras de se pensar a vida de uma criança. São duas maneiras de se pensar aquilo que fazemos com uma criança.
Eu me lembro daquelas propagandas curtinhas que se fizeram na televisão, por ocasião do ano da criança deficiente, para provar que ainda havia alguma esperança, para dizer que alguma coisa estava sendo feita. E apareciam lá, na tela, as crianças e adolescentes, cada uma excepcional a seu modo, desde Síndrome de Down até cegueira, e aquilo que nós estávamos fazendo com eles... Ensinando, com muito amor, muita paciência. E tudo ia bem até que aparecia o ideólogo da educação dos excepcionais para explicar que, daquela forma, esperava-se que as crianças viessem a ser úteis, socialmente... E fiquei a me perguntar se não havia uma pessoa sequer que dissesse coisa diferente, que aquelas escolas não eram para transformar cegos em fazedores de vassouras, nem para automatizar os mongolóides para que aprendessem a pregar botões sem fazer confusão... Será que é isto? Sou o que faço? Ali estavam crianças excepcionais, não-seres que virariam seres sociais e receberiam o reconhecimento público se, e somente se, fossem transformados em meios de produção. Não encontrei nem um só que dissesse: “Através desta coisa toda que estamos fazendo esperamos que as crianças sejam felizes, dêem muitas risadas, descubram que a vida é boa... Mesmo um excepcional pode ser feliz. Se uma borboleta, se um pardal e se uma ignorada rãzinha podem encontrar alegria na vida, por que não estas crianças, só porque nasceram um pouco diferentes ...?“
Voltamos ao pai e ao seu filhinho leucêmico.
Que temos a lhes dizer?
Que tudo está perdido? Que o seu filho é um não-ser porque nunca chegará a ser útil, socialmente? E ele nos responderá: “Mas não pode ser... Sabe? Ele dá risadas. Adora o jardim zoológico. E está mesmo criando uns peixes, num aquário. Você não imagina a alegria que ele tem, quando nascem os filhotinhos. De noite nós nos sentamos e conversamos. Lemos estórias, vemos figuras de arte, ouvimos música, rezamos... Você acha que tudo isto é inútil? Que tudo isto não faz uma pessoa? Que uma criança não é, que ela só será depois que crescer, que ela só será depois de transformada em meio de produção?“
E eu me pergunto sobre a escola ... Que crianças ela toma pelas mãos?
Claro, se a coisa importante é a utilidade social temos de começar reconhecendo que a criança é inútil, um trambolho. Como se fosse uma pequena muda de repolho, bem pequena, que não serve nem para salada e nem para ser recheada, mas que, se propriamente cuidada, acabará por se transformar num gordo e suculento repolho e, quem sabe, um saboroso chucrute? Então olharíamos para a criança não como quem olha para uma vida que é um fim em si mesma, que tem direito ao hoje pelo hoje... Ora, a muda de repolho não é um fim. É um meio. O agricultor ama, nas mudinhas de repolho, os caminhões de cabeças gordas que ali se encontram escondidas e prometidas. Ou, mais precisamente, os lucros que delas se obterão...utilidade social.
Reconheçamos: as crianças são inúteis...
Entre nós inutilidade é nome feio. Já houve tempo, entretanto, em que ela era a marca de uma virtude teologal. Duvidam? Invoco Santo Agostinho, mestre venerável que declara em De Doctrina Christiana: “Há coisas para serem usufruídas, e outras para serem usadas.“ E ele acrescenta: “Aquelas que são para serem usufruídas nos tornam bem-aventurados.“ Coisas que podem ser usadas são úteis: são meios para um fim exterior a elas. Mas as coisas que são usufruídas nunca são meio para nada. São fins em si mesmas. Elas nos dão prazer. São inúteis.
Uma sonata de Scarlatti é útil? E um poema? E um jogo de xadrez? Ou empinar papagaios?
Inúteis.
Ninguém fica mais rico.
Nenhuma dívida é paga.
Por que nos envolvemos nessas atividades, se lhes faltam a seriedade do pragmatismo responsável e os resultados práticos de toda atividade técnica? É que, muito embora não produzam nada, elas produzem o prazer.
O primeiro pai fazia ao filho a pergunta da utilidade: “Qual o nome do meio de produção em que você deseja ser transformado?“ O segundo, impossibilitado de fazer tal pergunta, descobriu um filho que nunca descobriria, de outra forma: “Vamos brincar juntos, no domingo?\'“
E as nossas escolas? Para quê?
Conheço um mundo de artifícios de psicologia e de didática para tomar a aprendizagem mais eficiente. Aprendizagem mais eficiente: mais sucesso na transformação do corpo infantil brincante no corpo adulto produtor. Mas para saber se vale a pena seria necessário que comparássemos os risos das crianças com os risos dos adultos, e comparássemos o sono das crianças com o sono dos adultos. Diz a psicanálise que o projeto inconsciente do ego, o impulso que vai empurrando a gente pela vida afora, essa infelicidade e insatisfação indefinível que nos faz lutar para ver se, depois, num momento do futuro, a gente volta a rir... sim, diz a psicanálise que este projeto inconsciente é a recuperação de uma experiência infantil de prazer. Redescobrir a vida como brinquedo. Já pensaram no que isso implicaria? É difícil. Afinal de contas as escolas são instituições dedicadas à destruição das crianças. Algumas, de forma brutal. Outras, de forma delicada. Mas em todas elas se encontra o moto:
“A criança que brinca é nada mais que um meio para o adulto que produz.“ (Estórias de quem gosta de ensinar, pág. 49.)
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